Catalunha: Queda de braço entre separatistas catalães e o governo espanhol continua em 2018 (Albert Gea/Reuters)
EFE
Publicado em 4 de janeiro de 2018 às 11h18.
Última atualização em 4 de janeiro de 2018 às 12h37.
Madri - O Tribunal Supremo da Espanha analisa nesta quinta-feira (4) o pedido de liberdade provisória do ex-vice-presidente da Catalunha, Oriol Junqeras, em prisão preventiva desde o dia 2 de novembro por sua participação no processo independentista nessa região autônoma.
Junqueras, eleito deputado nos pleitos regionais do último dia 21 de dezembro, é candidato do partido ERC (republicanos de esquerda) a presidir o governo da Catalunha.
O líder independentista argumentou hoje, perante os três juízes encarregados de revisar seu recurso, que é "um homem de paz que procura o diálogo", momento no qual apelou às suas crenças religiosas.
"Nunca tive uma palavra de menosprezo para outras ideologias políticas", acrescentou, segundo fontes presentes no depoimento.
Na audiência judicial, Junqueras também defendeu a necessidade de um diálogo bilateral com o Estado espanhol sobre a Catalunha.
"Junqueras pediu que lhe deixem representar em liberdade as pessoas que votaram nele, que lhe deixem estar com sua família e também manejar esta situação pela via do diálogo bilateral e pela negociação. A isso, acrescentou o acatamento das vias pacíficas", explicou à imprensa seu advogado, Andreu Van Den Eynde.
Por sua vez, a promotoria e a acusação popular, exercida pelo partido de direita Vox, mantiveram a petição de que a prisão preventiva seja confirmada por entender que ainda há o risco de reincidência.
Sobre esta questão, o advogado de Junqueras lamentou que o promotor tenha questionado o direito do seu cliente a representar seus eleitores e opinou que o risco de reincidência é "inventado".
Agora, os magistrados terão que deliberar sobre os argumentos da defesa e das acusações e decidir se mantêm a prisão incondicional, impõem uma fiança ou ditam a liberdade provisória.
Junqueras permanece até agora em prisão provisória sem fiança por ordem judicial. Também continua encarcerado o ex-conselheiro catalão de Interior, Joaquim Forn.
Ambos são investigados pelos supostos delitos de rebelião, insurreição e malversação em relação com o processo independentista da Catalunha, da mesma forma que o ex-presidente regional, Carles Puidemont - também eleito deputado -, embora este permaneça na Bélgica foragido da Justiça espanhola.
Outros membros do governo independentista catalão anterior estão em liberdade condicional na Espanha ou foragidos também na Bélgica, sendo que quase todos eles foram eleitos parlamentares nas eleições catalãs de dezembro.