Imagem do centro de detenção Camp Delta na base americana de Guantánamo: quatro detidos pediram ao tribunal o fim da alimentação forçada imposta aos grevistas (AFP / Michelle Shephard)
Da Redação
Publicado em 8 de julho de 2013 às 22h59.
Uma juíza dos Estados Unidos rejeitou nesta segunda-feira o pedido de um detento da prisão de Guantánamo em greve de fome para suspender sua alimentação forçada, mas exortou o presidente Barack Obama a se pronunciar sobre o caso.
As autoridades da polêmica prisão militar, situada na ilha de Cuba, admitem alimentar pela força 44 detentos em greve de fome do total de 120 presos.
A greve de fome entrou em julho pelo sexto mês.
A juíza Gladys Kessler explicou em sua decisão que as leis adotadas pelo Congresso dos Estados Unidos lhe impedem de intervir em alguns aspectos da detenção em Guantánamo, entre eles a alimentação forçada dos presos, mas destacou que o presidente Barack Obama é "a pessoa que tem a autoridade efetiva para enfrentar este problema".
A juíza cita um discurso do presidente de 23 de maio no qual faz referência à alimentação forçada dos detidos em Guantánamo em greve de fome. "É isto que somos? É isto que os Estados Unidos querem deixar para seus filhos?! Nosso sentido de justiça é mais forte que isto" - disse Obama na ocasião.
Kessler lembrou que a Constituição americana concede ao presidente o status de comandante das Forças Armadas: "parece, portanto, que o presidente dos Estados Unidos, como comandante em chefe, tem a autoridade - e o poder - de abordar diretamente a questão da alimentação forçada dos presos em Guantánamo".
Quatro detidos em Guantánamo - Ahmed Belbacha, Shaker Aamer, Abu Wa'el Dhiab e Nabil Hadjarab - pediram ao tribunal federal de Washington o fim da alimentação forçada imposta aos grevistas de fome.