Trump: o magistrado adverte que terá que responder às autoridades judiciais qualquer indivíduo que questionar o direito ao voto de quaisquer pessoas (Carlos Barria / Reuters)
EFE
Publicado em 4 de novembro de 2016 às 22h56.
Washington - Um juiz dos Estados Unidos ordenou nesta sexta-feira que a campanha do candidato presidencial republicano, Donald Trump, não fustigue e intimide as minorias latina e afro-americana nos centros de votação do estado Ohio durante as eleições do dia 8 de novembro.
O juiz da corte do distrito norte de Ohio, James Gwin, tomou sua decisão com base no pedido que Trump formulou em várias ocasiões para que seus correligionários transitem pelos centros de votação e supervisionem "certas áreas" a fim de evitar "fraude" no dia das eleições.
Em sua ordem, à qual a Agência Efe teve acesso, o magistrado adverte que terá que responder às autoridades judiciais qualquer indivíduo que questionar o direito ao voto de quaisquer pessoas ou que se dedique a "inspecionar" sem autorização os centros de votação do estado de Ohio, com grande peso nos resultados eleitorais.
A ordem contra a campanha de Trump, que tem caráter temporário, foi emitida em resposta a um pedido do Partido Democrata de Ohio, que expressou seu temor de que a campanha do milionário "intimidasse, ameaçasse, assediasse e coagisse eleitores no dia das eleições".
Os democratas também queriam que fosse emitida uma ordem de afastamento temporário contra o Partido Republicano de Ohio, mas o magistrado rejeitou essa parte do pedido.
Em um movimento similar, o Partido Democrata de Michigan pediu hoje a um juiz federal da cidade de Detroit que atue contra a campanha de Trump e afaste seus correligionários dos centros de votação durante a jornada eleitoral perante o risco de "intimidação, ameaças e talvez inclusive danos".
Por enquanto, os democratas também apresentaram pedidos similares em outros estados, como Nova Jersey e Pensilvânia.
O movimento dos democratas acontece em meio a eleições muito particulares, nas quais Trump denunciou continuamente que o sistema está "arranjado" a favor de sua rival democrata, Hillary Clinton, e cogitou inclusive não aceitar o resultado eleitoral, algo sem precedentes na história recente dos EUA.