Agência de notícias
Publicado em 13 de setembro de 2024 às 07h39.
Última atualização em 13 de setembro de 2024 às 07h41.
Um juiz de Dakota do Norte derrubou, nessa quinta-feira, 12, uma lei que proibia a maioria dos abortos no estado conservador dos EUA. Em suas alegações, Bruce Romanick chamou a legislação de vaga e inconstitucional.
A Dakota do Norte aprovara, no ano passado, a proibição do aborto, exceto em casos de violação ou incesto e se a gravidez representar risco grave para a saúde da mãe.
Mesmo em casos de violação ou incesto, o aborto só poderia ser realizado em mulheres com menos de seis semanas de gravidez.
O juiz distrital proferiu sua decisão em uma ação movida pela única clínica de aborto de Dakota do Norte, que desde então se mudou para o estado vizinho de Minnesota, onde o procedimento ainda era legal.
O juiz disse que a lei aprovada pela legislatura de maioria republicana de Dakota do Norte era “confusa e vaga”.
"Tal como está escrito, pode ter um efeito negativo profundo sobre a disposição dos médicos de realizar abortos, mesmo quando a Suprema Corte de Dakota do Norte já disse que existe um direito fundamental de fazê-lo para preservar a vida ou a saúde de uma mulher", observou Romanick.
A lei, argumentou ele, também falha por razões constitucionais.
"A Constituição de Dakota do Norte garante a todas as pessoas, incluindo as mulheres, o direito fundamental de tomar decisões médicas que afetem a sua integridade corporal, saúde e autonomia, em consulta com o profissional de saúde da sua escolha e sem interferência governamental", disse Romanick.
Meetra Mehdizadeh, advogada do Centro para os Direitos Reprodutivos, celebrou a decisão como uma “vitória para a liberdade reprodutiva”, embora lamentasse que o “dano” causado em Dakota do Norte “não possa ser reparado da noite para o dia”.
O direito ao aborto tornou-se uma questão fundamental nas eleições presidenciais de novembro, entre o republicano Donald Trump e a democrata Kamala Harris.
Além disso, é bandeira dos democratas desde que, em 2022, a Suprema Corte dos EUA, dominada por conservadores, anulou o direito a esse procedimento em todos os Estados Unidos.