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Juiz antiterrorista assume caso de ataque na Bélgica

A imprensa local chama o atirador que matou três pessoas de "Benjamin H.", um homem de 30 anos condenado por delitos de menor gravidade

Bélgica: o atirador foi morto a tiros pela polícia (Thomas Van Ass/Reuters)

Bélgica: o atirador foi morto a tiros pela polícia (Thomas Van Ass/Reuters)

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AFP

Publicado em 29 de maio de 2018 às 11h30.

Última atualização em 29 de maio de 2018 às 11h31.

Um homem atirou e matou três pessoas, incluindo duas agentes policiais, na manhã desta terça-feira em Liège, no leste da Bélgica, antes de tomar um refém em uma escola e ser morto a tiros pela polícia, um ataque que se assemelha a um ato terrorista, de acordo com a Justiça belga.

O primeiro-ministro belga, Charles Michel, denunciou no Twitter uma "violência covarde e cega".

O caso foi confiado a um juiz de instrução antiterrorista porque "as evidências apontam para um ato terrorista", justificou à AFP Eric Van Der Sypt, porta-voz do Ministério Público federal.

O tiroteio ocorreu por volta das 10h30 (05h30 no horário de Brasília) no Boulevard Avroy, uma das principais artérias da cidade.

O agressor, apontado pela imprensa como "Benjamin H.", um homem de 30 anos condenado por delitos de menor gravidade, primeiro atacou duas policiais com uma faca, antes de pegar suas armas para assassiná-las.

Essas duas mulheres, funcionárias da polícia local, foram "agredidas pelas costas", recebendo "múltiplas facadas", indicou em coletiva de imprensa o promotor de Liege, Philippe Dulieu.

Troca de tiros

Depois de roubar as armas das policiais, o agressor matou uma terceira pessoa, atirando contra um homem de 22 anos que estava no banco do passageiro em um carro estacionado.

Em um segundo momento, após um curto sequestro após o triplo assassinato, uma nova troca de tiros ocorreu, e "vários" outros policiais foram "feridos nas pernas", acrescentou Dulieu.

O agressor foi morto a tiros pela polícia.

Ninguém ficou ferido quando um empregado foi feito refém no complexo escolar Athénée Léonie de Waha, mas os estudantes tiveram que ser retirados do local.

"Todas as crianças estão bem, as do primário e do jardim de infância não viram nada, elas foram evacuadas pela parte de trás da escola", informou Julie Fernandez, a mãe de uma criança de 7 anos e também deputada federal.

O prefeito de Liege, Willy Demeyer, disse à imprensa que o estabelecimento reabriria apenas na quinta-feira, após o atendimento psicológico aos estudantes.

As motivações do atirador ainda são desconhecidas. Uma porta-voz do Ministério Público de Liege, contactada pela AFP, não confirmou a notícia de que ele gritou "Allah Akbar" ao atacar as agentes.

Imagens transmitidas pelo canal privado RTL mostraram o homem abatido deitado em uma calçada, totalmente vestido de preto, de barriga para o chão.

A Bélgica, atingida por ataques jihadistas que deixaram 32 mortos em 22 de março de 2016, já foi palco de vários atentados contra militares ou policiais.

O último ataque de natureza terrorista ocorreu em 25 de agosto de 2017: um homem de 30 anos de origem somali agrediu soldados com uma faca, ferindo levemente um deles, gritando "Allah Akbar" no coração de Bruxelas. Ele foi morto.

Em 6 de agosto de 2016, um argelino que vivia na Bélgica atacou com um machado dois policiais em frente à delegacia de polícia de Charleroi (sul) aos gritos de "Allah Akbar", ferindo-os no rosto e no pescoço antes de ser abatido. O grupo Estado Islâmico (EI) reivindicou a responsabilidade pelo ataque no dia seguinte.

Em setembro de 2016, no município de Molenbeek, em Bruxelas, dois policiais foram atacados, mas não se feriram graças ao uso de colete à prova de balas.

Consultado nesta terça-feira, o Ocam, o órgão responsável por avaliar a ameaça terrorista na Bélgica, decidiu manter inalterado o nível 2, correspondente a uma ameaça considerada "pouco provável".

O presidente francês, Emmanuel Macron, expressou a "solidariedade do povo francês para com o povo belga", após este "terrível ataque".

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