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Judeus estabelecem nova colônia em Jerusalém Oriental

Grupo de colonos judeus se apropriou ontem à noite de seis edifícios no bairro palestino de Silwan, em Jerusalém Oriental


	Construção em Jerusalém Oriental: colonização e a ocupação de terras são ilegais
 (Ahmad Gharabli/AFP)

Construção em Jerusalém Oriental: colonização e a ocupação de terras são ilegais (Ahmad Gharabli/AFP)

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Da Redação

Publicado em 30 de setembro de 2014 às 14h28.

Jerusalém - Um grupo de colonos judeus se apropriou ontem à noite de seis edifícios no bairro palestino de Silwan, em Jerusalém Oriental, criando uma nova colônia em um momento de alta tensão na cidade santa, denunciou nesta terça-feira a ONG israelense Peace Now (Paz Agora).

Segundo a organização, os colonos afirmam que compraram os edifícios, que ficam próximos da Esplanada das Mesquitas, mas os proprietários palestinos negaram essa informação e iniciaram ações legais.

Por sua vez, a Organização para a Libertação da Palestina (OLP) denunciou que "a invasão dos colonos deixou sete famílias palestinas sem lar".

"A importância desta ação ofensiva vai além de suas consequências. Esta é a operação colonizadora mais importante em Silwan desde a criação das primeiras colônias no bairro em 1991", denunciou a ONG israelense.

A colonização e a ocupação de terras são ilegais de acordo com o direito internacional.

Há anos, a comunidade internacional exige que Israel interrompa a colonização dos territórios palestinos.

"O contexto político é muito delicado. Apesar de o governo israelense não estar envolvido como agente direto na atual entrada de colonos, suas políticas permitem que os colonos radicais consigam poderes substanciais", denunciou a Peace Now.

Segundo a ONG, "após essa grave invasão, a polícia israelense protege agora o novo assentamento criado. A injusta e perigosa situação de Silwan é uma realidade após mais de 20 anos nos quais o governo e a prefeitura apoiaram as sucessivas operações colonizadoras".

"Nesta sexta-feira coincidem as celebrações judaica do Yom Kippur e muçulmana do Aid al Aqsa, o que acrescentará tensão, sobretudo perto da Esplanada das Mesquitas", alertou.

O membro do comitê executivo da OLP e ex-chefe negociador palestino, Saeb Erekat, acusou o governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu pelo ocorrido.

"Ao negar a ocupação e conceder aos colonos o direito divino de prosseguir com seus ataques diários contra os palestinos, simplesmente dá seu apoio aos extremistas, que nunca gozaram de tanto respaldo do governo como agora", denunciou em comunicado.

Erekat considerou que a estratégia israelense é "alterar a personalidade de Jerusalém através do isolamento e do confinamento dos palestinos, ao mesmo tempo em que permite mais ocupações de terra para mudar a demografia da cidade, em particular em Jerusalém Oriental".

"Esta situação deve acabar. Pedimos aos membros do Conselho de Segurança (da ONU) que aceitem nossa iniciativa de paz e estipulem uma data para o fim definitivo da ocupação", reivindicou.

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