Mundo

Jovens e longe dos holofotes: quem são os novos bilionários da Índia?

Entre 2012 e 2022, o número de milionários no país cresceu a uma taxa anual de 8,5%

O clã Ambani chamou a atenção pela festa luxuosa, mas o perfil dos novos ricos é diferente

O clã Ambani chamou a atenção pela festa luxuosa, mas o perfil dos novos ricos é diferente

Luiz Anversa
Luiz Anversa

Repórter colaborador

Publicado em 13 de março de 2024 às 14h33.

Última atualização em 13 de março de 2024 às 14h34.

A festa de casamento do indiano Anant Ambani, filho do bilionário Mukesh Ambani, CEO do conglomerado industrial Reliance e homem mais rico da Ásia, no começo do mês chamou a atenção do mundo. A celebração ontou 1.200 convidados, entre eles nada menos que Bill GatesMark ZuckerbergSundar Pichai (CEO da Alphabet), Jay Y. Lee (principal executivo da Samsung), Bob Iger (CEO da Disney), Shantanu Narayen (CEO da Adobe) e Ivanka Trump, filha do ex-presidente dos EUA, Donald Trump, além de show de Rihanna.

De acordo com a Forbes, existem 186 bilionários na Índia. Como Ambania. Porém, mais importantes para a história econômica do país está a legião de milionários que cresce a cada ano. Eles têm uma influência descomunal em relação a padrões de consumo, investimento e crescimento econômico. Eles não costumam aparecer nas manchetes ou fazer propaganda de sua riqueza.

Não existe uma definição de "rico" usada pelas autoridades, mas um padrão que tem uma boa aceitação se refere à pessoa com patrimônio de US$ 1 milhão ou mais.

De acordo com essa definição, a Índia teria cerca de 850 mil milionários em 2022, um acréscimo 473 mil em relação à década anterior, segundo pesquisa do Credit Suisse.

De acordo com a The Economist, entre 2012 e 2022, o número de milionários cresceu a uma taxa anual de 8,5%, superando o crescimento médio do PIB de 5,6%. Com a economia crescendo, a expectativa é que o número de milionários também suba de 15 a 20% ao ano.

Luxo e investimentos

Esses novos ricos, segundo a revista, estão mais espalhados pelo país, e não concentrados em cidades como Mumbai ou Nova Déli. Essa diversificação geográfica da riqueza é resultado da melhoria da infraestrutura local, com expansão na conectividade, a disseminação da internet com banda larga e incentivos ao investimento por parte dos governos estaduais.

Outra mudança no perfil dos indianos ricos é na média de idade. Se antes os mais abastados por lá tinham uma idade média acima de 50 anos, agora são comuns os milionários com 40 e 30 anos de idade. Alguns se beneficiaram da aquisição de terras pelo governo para projetos de infraestrutura.

A terceira grande mudança está no que os novos ricos fazem com seu dinheiro, tanto em termos de investimento quanto de consumo. Os novos ricos na Índia se aventuram em firmas de private equity, mas também compram ouro e imóveis - tanto na Índia quanto no exterior.

O consumo de luxo segue em alta no país e as marcas estão de olho nisso. A Mercedes espera que a Índia se torne seu terceiro maior mercado fora da Alemanha em três anos.

E o que pode frear esse crescimento? Segundo a The Economist, mudanças políticas, regulatórias ou tributárias são fatores que podem pesar contra. Além disso, muitos ricos estão deixando o país. A Henley and Partners, uma empresa de imigração, calcula que 7.500 milionários indianos se mudaram para o exterior em 2022. Muitos outros adquiriram residências em Dubai, Londres ou Cingapura. A maioria, porém, espera enviar seus filhos para universidades estrangeiras

Acompanhe tudo sobre:Índia

Mais de Mundo

Biden muda sentenças de 37 condenados à morte para penas de prisão perpétua

Corte Constitucional de Moçambique confirma vitória do partido governista nas eleições

Terremoto de magnitude 6,1 sacode leste de Cuba

Drones sobre bases militares dos EUA levantam preocupações sobre segurança nacional