Mundo

Jovem gay está em coma após agressão de neonazistas

Daniel Zamudio está internado na emergência de um hospital de Santiago desde sábado passado

Neonazistas pretendiam desenhar suásticas sobre o corpo do jovem (Bill Pugliano/Getty Images)

Neonazistas pretendiam desenhar suásticas sobre o corpo do jovem (Bill Pugliano/Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 6 de março de 2012 às 21h07.

Valparaíso/Santiago do Chile - Um jovem homossexual chileno está em coma induzido, sem risco de morte, após ser agredido por um grupo de neonazistas que, além disso, marcaram seu corpo e arrancaram parte de uma orelha, segundo denunciaram nesta terça-feira entidades de defesa das minorias sexuais.

Enquanto o governo chileno repudiou os fatos, organizações de minorias sexuais anunciaram que apresentarão queixas contra os responsáveis e os pais do jovem afirmaram que o filho já tinha recebido outras agressões e ameaças.

A vítima, Daniel Zamudio, de 24 anos, está internada na emergência de um hospital de Santiago desde sábado passado, disse hoje aos jornalistas o diretor do centro médico, Emilio Villalón.

Zamudio chegou ao hospital 'com lesões graves, um traumatismo craniano severo, hemorragia e uma fratura na perna direita', explicou Villalón.

Perguntado pelas marcas gravadas em seu corpo, o médico detalhou que são lesões superficiais no tórax, no abdômen e no dorso, e que podem ter sido feitas com algum objeto cortante.

Segundo denunciou o Movimento de Integração e Libertação Homossexual (Movilh), a entidade mais ativa na defesa das minorias sexuais no Chile, com essas marcas os neonazistas pretendiam desenhar suásticas sobre seu corpo.

Enquanto isso, em Valparaíso, o ministro do Interior, Rodrigo Hinzpeter, se solidarizou com o jovem e com sua família e manifestou seu 'repúdio absoluto à violência assassina'.


Anunciou, além disso, que o governo tratará com urgência o projeto de lei contra a discriminação, cujo texto original foi enviado ao Congresso em 2005 e que foi aprovado no Senado em novembro do ano passado.

Quem também rejeitou a agressão foi o cantor porto-riquenho Ricky Martin. 'Chega de ódio, chega de discriminação. Espero que se faça justiça já. Muita luz para Daniel e toda sua família', escreveu o artista em seu Twitter.

Segundo um relatório do Movilh, em 2011 foram registrados 186 casos de discriminação, 48 a mais que em 2010, que incluem o assassinato de três pessoas, 13 agressões físicas ou verbais perpetradas por civis e cinco casos de abusos policiais.

Por outra parte, a organização AcciónGay denunciou hoje em comunicado que nas últimas semanas aconteceram 'arrastões' neonazistas contra transexuais e prostitutas nas cidades de Valparaíso e Viña del Mar, a 125 quilômetros de Santiago. 

Acompanhe tudo sobre:América LatinaChileCrimeGaysJovensLGBTNazismoPreconceitos

Mais de Mundo

Rússia diz que Biden deu a Zelensky “permissão suicida” para usar armas de longo alcance

França elogia decisão dos EUA de permitir uso de mísseis pela Ucrânia

Presidente do Paraguai está “estável”, diz primeiro boletim médico de hospital no RJ

Presidente paraguaio passa mal no G20 e é hospitalizado no Rio de Janeiro