Venezuela: diversos jornalistas estrangeiros foram presos durante as manifestações (Edgard Garrido/Reuters)
EFE
Publicado em 31 de janeiro de 2019 às 13h48.
Caracas - Os três jornalistas da Agência Efe detidos ontem pelo serviço de inteligência da Venezuela foram libertados nesta quinta-feira e serão deportados para a Colômbia.
Os colombianos Mauren Barriga Vargas e Leonardo Muñoz, além do espanhol Gonzalo Domínguez, foram levados na manhã de hoje à sede do Serviço de Identificação, Migração e Estrangeiros (Saime), no centro de Caracas. No local, passaram por exames médicos antes de serem transferidos para o aeroporto internacional Simón Bolívar.
Por enquanto, não há informação sobre o motorista que acompanhava Muñoz, o venezuelano José Salas, também preso ontem.
Muñoz e Salas foram detidos na tarde de ontem enquanto cobriam um protesto convocado pela oposição ao governo de Nicolás Maduro em Caracas. O paradeiro dos dois só foi revelado às 21h30 locais (23h em Brasília), quando o Serviço Bolivariano de Inteligência (Sebin) prendeu os outros dois funcionários da Efe.
Vargas e Domínguez eram esperados por cinco agentes do Sebin, fortemente armados, no hotel onde estavam hospedados no leste de Caracas, e foram levados à sede do órgão, conhecida como Helicoide, no outro lado da capital venezuelana.
Os advogados da Efe tentaram, sem sucesso, que os agentes do Sebin se identificassem. Em um primeiro momento, eles permitiram que os advogados e a diretora da agência em Caracas, Nélida Fernández, acompanhassem os dois correspondentes na sede do órgão. No entanto, eles foram impedidos de entrar no local ao chegarem ao Helicoide.
O Sebin argumentou que os profissionais da Efe não estavam credenciados para trabalhar no país e por isso foram presos.
No entanto, ao chegarem ao aeroporto Simón Bolívar, os correspondentes e o fotógrafo da Efe informaram aos funcionários do serviço migratório da Venezuela que trabalhariam na delegação da agência em Caracas, sendo autorizados a entrar no país.
Dezenas de jornalistas estrangeiros chegaram à Venezuela para cobrir de perto a crise política que afeta o país, especialmente depois da autoproclamação como presidente de Juan Guaidó, o chefe da Assembleia Nacional, controlada pela oposição.
Guaidó foi apoiado por dezenas de países, entre eles o Brasil. Maduro afirma que há um golpe de Estado em andamento na Venezuela, um movimento que, segundo ele, seria apoiado pela imprensa internacional.