O logotipo da Al Jazeera fotografado no evento Mercado de Programas de Televisão Internacional (MIPTV, na sigla em inglês), em Cannes (Eric Gaillard/Reuters)
Da Redação
Publicado em 31 de dezembro de 2013 às 17h44.
Cairo - O Ministério do Interior do Egito ordenou nesta terça-feira a prisão preventiva por 15 dias de três jornalistas do canal em inglês da emissora 'Al Jazeera', detidos há dois dias e acusados de adesão a um grupo terrorista, informou um comunicado do canal.
Os detidos são o australiano Peter Greste, o egípcio com passaporte canadense Mohamed Fawzy e o egípcio Baher Mohamed. O canal informou ainda que foi liberado um quarto detido, o operador de câmera, Mohamed Fawzi.
Os jornalistas são acusados, além disso, de divulgar propaganda, emitir comunicados, informações e rumores falsos sobre a situação interna do Egito, semear o terror entre a população e causar danos ao interesse público, informou a agência oficial de notícias, 'Mena'.
O grupo está sendo incriminado ainda por portar aparelhos de emissão de rádio e televisão não autorizados, e possuir e difundir fotografias falsas, que podem prejudicar a reputação do país, informou a 'Mena', que acrescentou que os serviços de segurança confiscaram uma câmera, microfones, computadores e aparelhos de montagem.
A 'Al Jazeera' declarou que a prisão de seus jornalistas é 'abusiva' e pediu a libertação imediata.
A emissora afirmou ainda que 'desde o golpe de Estado de 3 de julho', em alusão à deposição do então presidente Mohamed Mursi, seus jornalistas no Egito 'sofrem assédio por parte das forças de segurança do país, embora a emissora trabalhe no Egito de maneira oficial'.
Contudo, o Centro de Informação do governo egípcio assegurou em comunicado que 'os detidos não se encontram entre os correspondentes estrangeiros credenciados' e nem fazem parte da folha apresentada pela 'Al Jazeera' para a solicitação de credenciamento no país para 2014.
Após o golpe militar que depôs Mursi, em julho deste ano, as autoridades começaram uma campanha contra a 'Al Jazeera', fechando o canal que transmite ao vivo para o Egito e detendo alguns de seus jornalistas. EFE