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Jornalista francês é morto na Síria

O jornalista de origem belga, Yves Debay, foi morto por um atirador emboscado, enquanto realizava uma reportagem em Alepo

Emmanuel Vivenot: o jornalista Yves Debay (D) ao lado de um militar em Cabul em 18 de julho de 2007. (Emmanuel Vivenot)

Emmanuel Vivenot: o jornalista Yves Debay (D) ao lado de um militar em Cabul em 18 de julho de 2007. (Emmanuel Vivenot)

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Da Redação

Publicado em 18 de janeiro de 2013 às 13h28.

Damasco - Um jornalista francês de 58 anos foi morto pelo exército sírio no norte do país, onde são registrados violentos combates entre jihadistas e combatentes curdos que disputam um posto de passagem para a Turquia.

O jornalista de origem belga, Yves Debay, foi morto por um atirador emboscado, enquanto realizava uma reportagem em Alepo, no norte da Síria, onde ao menos 17 jornalistas profissionais, estrangeiros e sírios, e 44 cidadãos-jornalistas foram mortos em 22 meses, segundo a organização Repórteres Sem Fronteiras.

Ele morreu perto da prisão central, no extremo norte da cidade, onde são travados violentos combates entre rebeldes e soldados, informou o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).

Fotos e vídeos que mostram seu cadáver com um traço de tiro na cabeça, bem como sua credencial de imprensa do ministério francês da Defesa, foram postados na internet por militantes anti-regime que acusam as tropas do regime de ser responsável por sua morte.

"Ele foi morto em uma das frentes de Alepo" na quinta-feira, "baleado por um franco-atirador do regime", afirmou o centro de imprensa dos militantes anti-regime de Alepo.

Um ativista informou à AFP, sob condição de anonimato, que levaram o corpo do jornalista morto em uma ambulância para o posto fronteiriço de Bab al-Salama.


"As circunstâncias exatas de sua morte ainda não estão claras, mas parece que ele entrou em uma rua muito perigosa onde estavam posicionados membros do exército e de milícias do regime", acrescentou.

Debay trabalhava para Assaut, uma revista especializada que ele fundou há cinco anos.

Ele chegou a servir em unidades de elite do antigo exército da Rodésia, os serviços de segurança do regime branco no poder até 1980, no que é hoje o Zimbábue.

A centenas de quilômetros a leste de Aleppo, combates sem precedentes entre combatentes curdos sírios e 300 islâmicos vindos da Turquia foram registrados perto do posto fronteiriço de Rass al-Ein, controlado pelos rebeldes, de acordo com o OSDH.

"Membros de grupos armados ligados à Frente (jihadista) Al-Nosra cruzaram a fronteira turca com três tanques para entrar em Rass al-Ein" na quinta-feira, indicou à AFP um militante anti-regime, chamando Havidar.

Os curdos conseguiram tomar um desses tanques da Frente al-Nosra, recentemente colocada por Washington em sua lista de grupos terroristas ligados com a Al-Qaeda, acrescentou.


De acordo com Mohammed, um habitante de Rass al-Ein, "os combatentes curdos receberam (quinta-feira à tarde) reforços para lidar com os ataques mais violentos lançados pelos rebeldes desde a sua chegada à cidade", em novembro.

Desde o início do conflito, os curdos tentaram ficar de fora da guerra, mas eles foram acusados pelos rebeldes de fazer o jogo do regime, cujas tropas se retiraram sem resistência de várias regiões curdas.

Combatentes do Partido da União Democrática Curda (PYD), o braço sírio dos Partidos dos Trabalhadores do Curdistão (PKK, rebeldes curdos da Turquia), têm repetidamente combatido a Al-Nosra e Ghouraba al-Sham em Rassa Al-Ein.

Alguns ativistas temem que a Turquia, que apoia os rebeldes, utilize grupos jihadistas na Síria em sua luta contra os curdos.

O jornalista e ativista curdo sírio, Massoud Akko, disse estar "preocupado com os combates entre milícias curdas e rebeldes. Se a luta se transformar em uma guerra entre curdos e árabes, colocará em risco a Síria e a revolta" contra Assad.

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