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Jornal francês já tinha sido alvo de ataques por caricaturas

A publicação, cuja a mera reprodução está proibida pelo Islã, chegou a ser incendiada em novembro de 2011


	Redação da Charlie Hebdo: com uma linha ousada e irreverente, a "Charlie Hebdo" foi criada em 1992 pelo escritor e jornalista François Cavann
 (Thomas Samson/AFP)

Redação da Charlie Hebdo: com uma linha ousada e irreverente, a "Charlie Hebdo" foi criada em 1992 pelo escritor e jornalista François Cavann (Thomas Samson/AFP)

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Da Redação

Publicado em 7 de janeiro de 2015 às 13h56.

Redação Central - Pelo menos 12 pessoas morreram e várias ficaram feridas nesta quarta-feira em um ataque terrorista contra a sede do semanário satírico francês "Charlie Hebdo", ameaçado por várias vezes por fundamentalistas por reproduzir e publicar caricaturas de Maomé.

Um dos últimos ataques contra a revista aconteceu em 2013, quando hackers invadiram o site da revista, provavelmente por causa da publicação de um suplemento especial com uma biografia em quadrinhos sobre Maomé.

Em setembro de 2012, o semanário foi duramente criticado por publicar caricaturas de Maomé, pouco após terem ocorrido diversos ataques contra embaixadas e consulados ocidentais em países muçulmanos pela divulgação de um vídeo crítico ao islã.

A edição da revista se esgotou em 19 de setembro de 2012, dia em que foi publicada, por isso foi reeditada dois dias depois.

Um ano antes, em 2 de novembro, a redação da revista foi incendiada após o semanário publicar charges do profeta.

Anteriormente, em 2006, o semanário teve problemas por reproduzir caricaturas de Maomé originalmente publicadas pelo jornal dinamarquês "Jyllands-Posten" em setembro de 2005.

Em uma das charges, o profeta vestia um turbante-bomba com o pavio aceso. As imagens provocaram a ira dos radicais islâmicos em vários países e a revista recebeu ameaças e chegou a ser denunciada por injúrias religiosa.

A publicação, na época dirigida por Philippe Val, foi inocentada em primeira e segunda instância ao se considerar que as caricaturas da "Charlie Hebdo" não atacavam o islã, mas sim os fundamentalistas.

As caricaturas foram reproduzidas por publicações da Noruega, Alemanha, França, Rússia, Jordânia e Indonésia, entre outros países, e desencadearam protestos de vários governos de países muçulmanos e manifestações e ataques violentos dos islamitas, nos quais morreram cerca de 50 pessoas.

A maioria das vítimas foram manifestantes atingidos por disparos da polícia na Nigéria, Afeganistão, Líbia e Paquistão quando protestavam ou tentavam invadir sedes diplomáticas de países ocidentais no primeiro semestre de 2006.

Além disso, foram incendiadas as embaixadas da Dinamarca e Noruega em Damasco e o consulado dinamarquês em Beirute.

Os ataques obrigaram as autoridades dinamarquesas a fechar suas legações diplomáticas em vários países muçulmanos.

Em 6 de junho de 2008, seis pessoas morreram em um atentado com carro-bomba contra a embaixada da Dinamarca em Islamabad.

Em fevereiro deste ano, a polícia dinamarquesa prendeu quatro suspeitos de planejar um atentado contra Kurt Westergaard, um dos chargistas das caricaturas publicadas pelo "Jyllands-Posten".

O semanário "Charlie Hebdo" foi criado em 1970.

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