Segundo o jornal, Mariano Rajoy recebeu 25.242 euros em 1998, além de seu salário de ministro na época (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 9 de julho de 2013 às 10h47.
O Partido Popular (PP, conservador), no poder na Espanha, voltou a desmentir nesta terça-feira o pagamento de bônus aos seus líderes nos anos 1990, entre eles o atual chefe de governo Mariano Rajoy, após a publicação de documentos contábeis manuscritos apresentados como originais.
O jornal El Mundo (centro-direita) publica nesta terça-feira a imagem de uma folha manuscrita atribuída ao ex-tesoureiro do PP, Luis Barcenas - detido agora por um caso de corrupção - onde aparece o nome de Rajoy.
"Os originais de Barcenas indicam que Rajoy recebeu bônus ilegais durante ao menos três (1997, 1998 e 1999) dos anos em que foi ministro do Governo de José María Aznar", indica o El Mundo.
A promotoria anticorrupção investiga desde o fim de janeiro a eventual existência de uma contabilidade oculta no PP.
O jornal calcula que Mariano Rajoy recebeu o equivalente a 25.242 euros em 1998, além de seu salário de ministro na época, quando os bônus aos ministros estavam proibidos, segundo o El Mundo.
Mariano Rajoy negou em fevereiro ter recebido somas ilegais.
"Os originais de Luis Barcenas publicados hoje pelo El Mundo pulverizam o álibi apresentado até agora pelo PP direcionado a negar a veracidade dos papéis de seu ex-tesoureiro", afirma o jornal.
O PP voltou a desmentir nesta terça-feira a existência destas práticas.
"O Partido Popular reitera que desconhece estas anotações e seu conteúdo, e não reconhece, em nenhum caso, como contabilidade deste grupo político".
"O PP também quer reiterar que todas as retribuições aos cargos e funcionários do partido foram realizadas sempre conforme a legalidade e cumprindo as obrigações tributárias correspondentes", afirma o PP em um comunicado.
Luis Barcenas foi detido de forma provisória no dia 27 de junho no âmbito de outra investigação sobre um caso de corrupção que também afeta a direita espanhola desde 2009.