O secretário de Estado dos EUA, John Kerry: fonte disse que Kerry poderá se reunir "em breve" com o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu (Jim Watson/AFP)
Da Redação
Publicado em 6 de setembro de 2013 às 10h12.
Washington - O secretário de Estado dos EUA, John Kerry, inicia nesta sexta uma viagem por Lituânia, França e Grã-Bretanha para explicar detalhes de um possível ataque à Síria, informou o Departamento de Estado, acrescentando que ele também se reunirá com o presidente da Autoridade Palestina, Mahmud Abbas.
No sábado, na Lituânia, Kerry deve "se encontrar com os ministros europeus das Relações Exteriores, durante uma reunião informal para discutir a situação no Oriente Médio, incluindo Síria, Egito e o andamento das negociações entre israelenses e palestinos", disse a porta-voz do Departamento de Estado Jennifer Psaki.
No domingo, o chefe da diplomacia americana estará em Paris, onde terá reuniões com autoridades do governo francês, o único país na Europa que se manifestou, até o momento, claramente a favor de uma ação militar contra a Síria pelo uso de armas químicas contra civis.
Na capital francesa, Kerry também se reunirá com altos representantes da Liga Árabe, entidade na qual vários Estados-membros apoiam ações militares contra o regime sírio de Bashar al-Assad.
Na última etapa de sua viagem, Kerry estará em Londres, na segunda-feira, onde deve se reunir com Abbas. Ambos já se reuniram várias vezes nos últimos seis meses como parte dos recentes esforços da diplomacia americana para estimular uma nova rodada de diálogo entre israelenses e palestinos.
Um funcionário americano disse nesta quinta à imprensa que Kerry poderá se reunir "em breve" com o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu.
As conversas diretas de paz entre israelenses e palestinos, retomadas no final de julho, ainda não registraram progresso até agora, declarou o negociador e secretário-geral da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), Yasser Abed Rabo, nesta quarta.
Várias autoridades palestinas condenaram a participação direta dos Estados Unidos nas discussões. Washington, cujo representante nessa rodada de diálogo é o diplomata Martin Indyk, impôs uma barreira midiática sobre essas discussões.
Após três anos de paralisia, israelenses e palestinos retomaram nos dias 29 e 30 de julho conversas diretas em Washington, depois de intensos esforços de Kerry. Depois disso, voltaram a se ver pelo menos três vezes em agosto e no início de setembro, em Jerusalém.
A última rodada de conversas entre as duas partes terminou abruptamente em setembro de 2010, em consequência da continuidade da política israelense de ampliar suas colônias em territórios palestinos.
Em meados de agosto, no momento em que todos os envolvidos buscavam uma reaproximação à mesa de diálogo, o governo israelense anunciou a construção de 2.000 novas casas para colonos na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental, o que motivou a ira dos palestinos.