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Jogos de Munique: polêmica envolve aniversário de sequestro

Uma cerimônia em homenagem às vítimas será realizada às 16h00 (11h00 de Brasília) no local onde terminou tragicamente o sequestro

Bandeira de Israel é hasteada a meio mastro no Estádio Olímpico de Munique: Alemanha e Israel nunca esqueceram o "Massacre de Munique" (©AFP/Archivo)

Bandeira de Israel é hasteada a meio mastro no Estádio Olímpico de Munique: Alemanha e Israel nunca esqueceram o "Massacre de Munique" (©AFP/Archivo)

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Da Redação

Publicado em 3 de setembro de 2012 às 16h56.

Berlim - A Alemanha lembrará nesta quarta-feira, em meio a uma controvérsia, o episódio do sequestro de membros da delegação israelense nos Jogos Olímpicos de Munique, em 1972, quando 11 atletas foram assassinados por um comando palestino.

Uma cerimônia em homenagem às vítimas será realizada às 16h00 (11h00 de Brasília) no local onde terminou tragicamente o sequestro, na antiga base militar de Fürstenfeldbruck, 25 km ao oeste de Munique.

Estarão presentes 500 representantes do mundo político e esportivo, além do prefeito da Cidade Olímpica dos Jogos de 1972 e atletas medalhistas deste ano.

O consulado de Israel em Munique anunciou uma ajuda a sete sobreviventes do drama e para cerca de dez parentes das vítimas.

Nos edifícios públicos da Baviera as bandeiras serão hasteadas a meio mastro e, pela primeira vez, serão expostas as fotos das 11 vítimas na antiga torre de controle do aeroporto.

Alemanha e Israel nunca esqueceram o "Massacre de Munique", que causou consternação em 5 de setembro de 1972.

Naquele dia, oito membros da organização palestina "Setembro Negro" entraram no apartamento ocupado pela delegação israelense na Cidade Olímpica, onde mataram dois atletas israelenses e sequestraram outros nove.

O objetivo era obter a libertação de 232 prisioneiros palestinos.


A operação de resgate, organizada pelos serviços de segurança da Alemanha na base militar, fracassou e terminou com a morte dos nove reféns, de um policial alemão e de cinco membros do comando, além da prisão de três palestinos.

Poucos dias antes do quadragésimo aniversário da tragédia, Israel liberou dezenas de documentos que criticavam severamente a operação alemã.

A República Federal Alemã não fez o "mínimo esforço para salvar vidas", havia considerado um dos chefes dos serviços secretos israelenses (Mosad) em um dos documentos.

A lista de acusações incluía franco-atiradores armados apenas com pistolas, veículos blindados que chegaram tarde e policiais sem lanternas para acompanhar os movimentos noturnos do comando alemão.

Alguns dos documentos também evidenciavam falhas no dispositivo de segurança israelense.

Em julho passado, o jornal Spiegel trouxe novamente à tona uma polêmica acusando o Estado alemão de ter "maquiado" o fracasso da operação.

Poucos meses antes do sequestro, a Baviera advertiu, em vão, as autoridades federais sobre a possibilidade de atos terroristas durante os Jogos Olímpicos de Munique.

O jornal lembrou que a Cidade Olímpica estava protegida por um simples alambrado, sem outras medidas de segurança.

O chefe da polícia de Munique disse na época que temia que uma forte presença policial evocasse o clima dos Jogos Olímpicos de Berlim, organizados pelo regime nazista em 1936.

Já o presidente do Comitê Olímpico alemão havia considerado que as medidas de segurança não deviam transformar a Cidade Olímpica em um "campo de concentração".

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