Primeira-dama dos EUA, Jill Biden, defendeu projeto de lei para oferecer universidades comunitárias gratuitas (AFP/AFP)
AFP
Publicado em 7 de fevereiro de 2022 às 16h17.
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, abandonou seus planos de oferecer dois anos de ensino superior gratuito, admitiu nesta segunda-feira (7) sua esposa, Jill Biden, que é professora universitária e grande defensora desta reforma.
A primeira-dama disse que qualquer versão que surja do projeto estagnado de gasto social de seu marido, conhecido como "Build Back Better" (BBB, Reconstruir melhor), não terá verba para cobrir a matrícula nos programas de dois anos de faculdade.
"Joe precisou fazer concessões. O Congresso ainda não aprovou o Build Back Better (BBB). E a universidade comunitária gratuita não faz mais parte desse pacote", afirmou em um discurso em Washington.
Nos Estados Unidos, as universidades comunitárias ("community colleges") oferecem cursos de ensino superior de dois anos que valem por si só ou podem ser usados como início de programas de quatro anos em outras universidades, facilitando o acesso à faculdade que não cabe no orçamento de muitos americanos.
Joe Biden, cujo plano BBB pretende destinar 1,8 bilhão de dólares a gastos sociais e ambientais, incluía essa reforma muito significativa em um país onde a universidade pode ser extremamente cara.
O BBB foi aprovado na Câmara dos Representantes, mas o presidente democrata não conseguiu a aprovação do Senado devido à relutância particular de um senador democrata.
O presidente prometeu salvar alguns fragmentos de sua iniciativa ambiciosa, mas teve que sacrificar outros.
Jill Biden, que ensina inglês em uma "community college" no estado da Virgínia, disse estar "decepcionada", mas prometeu continuar lutando pelos estudantes de todo o país.
Segundo a empresa de pesquisa especializada Education Data Initiative, em 2021 o custo médio nos Estados Unidos dos estudos em um "community college" foi de quase 7.500 dólares pelos dois anos.
As contas das universidades americanas privadas mais renomadas são muito mais altas, o que resulta em um acúmulo de dívida estudantil nos Estados Unidos.
Segundo a Education Data Initiative, a dívida estudantil chega atualmente a 1,75 trilhão de dólares e mais de 43 milhões de americanos são devedores.
A quantia disparou: em 2010 era de 760 bilhões de dólares.
Quando chegou à Casa Branca, Joe Biden instaurou uma moratória sobre a dívida estudantil, que foi prorrogada várias vezes e expira em 1º de maio.