Mundo

Jobim nega crise e diz que relação com Dilma é 'ótima'

"Eu não sou dissimulado. Sempre disse o que pensava e o que fazia" disse o ministro, uma semana após ter declarado que votou em Serra nas eleições de 2010

Nelson Jobim entra em lança-foguetes do Exército: ele quer continuar no Ministério da Defesa (Antonio Cruz/ABr)

Nelson Jobim entra em lança-foguetes do Exército: ele quer continuar no Ministério da Defesa (Antonio Cruz/ABr)

DR

Da Redação

Publicado em 4 de agosto de 2011 às 17h26.

São Paulo - O ministro da Defesa, Nelson Jobim, descartou que exista uma crise por conta da sua permanência na pasta e fez uma série de elogios à presidente Dilma Rousseff. Em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, o ministro afirmou na semana passada ter votado no candidato José Serra (PSDB) nas eleições de 2010. A declaração, avaliada como 'desnecessária' por integrantes do governo federal, causou desconforto no Palácio do Planalto e levou Dilma a questionar a permanência do ministro no cargo.

"Eu não sou dissimulado. Sempre disse o que pensava e o que fazia", afirmou Jobim, durante entrevista na tarde de hoje ao programa Roda Viva, da TV Cultura, que vai ao ar na noite de hoje. O ministro lembrou que, em 2010, foi convidado a gravar inserções para a campanha eleitoral da então candidata do PT. Na época, ele disse ter descartado o convite. "Todo mundo sabia das minhas relações com José Serra", disse, lembrando ser amigo do tucano.

Jobim negou que tenha a intenção de deixar o ministério e acrescentou que sua relação com a presidente é "ótima". "A presidente é extraordinária e minha relação com ela é ótima, não tem problemas. Ela tem uma visão de futuro", disse. Jobim salientou ainda que está no governo federal porque lhe dá prazer e considerou que não vê problema em ter declarado seu voto. "O meu papel no governo federal é institucional", afirmou.

O ministro ressaltou também que tem o desejo de continuar realizando o trabalho que atualmente desempenha e negou que esteja se sentindo desprestigiado pela presidente. "A política e a emoção são coisas que não coincidem", justificou. A declaração de voto do ministro, segundo petistas, desagradou a presidente que inclusive já estaria avaliando nomes para substituir Jobim. O primeiro sinal público de que a posição do ministro estaria ameaçada foi dado na última sexta-feira, 29, quando, em evento no Planalto, ela não citou o nome de Jobim em discurso e o cumprimentou de forma protocolar.

A relação entre Jobim e Dilma passa por turbulências desde junho, após ele ter declarado, em homenagem ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso no Senado, que é preciso ter tolerância com os idiotas. Em reunião com a presidente, ele negou que fosse uma referência a integrantes do atual governo, mas sim a jornalistas.

Acompanhe tudo sobre:América LatinaDados de BrasilGoverno DilmaMinistério da DefesaPolítica

Mais de Mundo

Trump nomeia Robert Kennedy Jr. para liderar Departamento de Saúde

Cristina Kirchner perde aposentadoria vitalícia após condenação por corrupção

Justiça de Nova York multa a casa de leilões Sotheby's em R$ 36 milhões por fraude fiscal

Xi Jinping inaugura megaporto de US$ 1,3 bilhão no Peru