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João Dias diz que entregará 13 gravações à PF

Autor de denúncias sobre a existência de um esquema de corrupção no Ministério do Esporte, o policial militar prestará novo depoimento nesta segunda-feira

João Dias negou ter qualquer gravação com o atual ministro, Orlando Silva: “há apenas pessoas próximas a ele” (Valter Campanato/ABr)

João Dias negou ter qualquer gravação com o atual ministro, Orlando Silva: “há apenas pessoas próximas a ele” (Valter Campanato/ABr)

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Da Redação

Publicado em 24 de outubro de 2011 às 13h08.

Brasília - Autor de denúncias sobre a existência de um esquema de corrupção no Ministério do Esporte, o policial militar João Dias Ferreira se encontra na Superintendência da Polícia Federal no Distrito Federal, onde prestará novo depoimento. Ao chegar à PF hoje (24), Ferreira disse que entregará aos investigadores 13 arquivos de áudio e uma relação de nomes de empresas beneficiadas pelo suposto esquema.

João Dias acrescentou que pessoas ligadas ao ex-ministro e atual governador do DF, Agnelo Queiroz, participam das gravações, mas negou ter qualquer gravação com o atual ministro, Orlando Silva. “Há apenas pessoas próximas a ele”, disse o policial militar, referindo-se a Fábio Hansem – então chefe de gabinete da Secretaria Nacional do Esporte Educacional, mas que atualmente assessora Orlando Silva – e Charles Rocha, então chefe de gabinete da Secretaria Executiva do ministério. A reunião, segundo a revista Veja, ocorreu em abril de 2008.

“Fui convidado para uma reunião na calada da noite, com o objetivo de parar com a produção de documentos falsificados que originaram a Operação Shaolin”, disse. “Acredito que [durante] toda a semana vão aparecer coisas novas porque estamos recuperando as provas”, disse em referência aos arquivos na PF obtidos durante a operação.

Além disso, acrescentou, entregará até a próxima quarta-feira (26) oito vídeos de Michael Vieira, a primeira pessoa a denunciar o esquema, negociando uma delação premiada. “A minha briga é para provar que existem vários pagamentos de diversas empresas e entidades. Como nós rejeitamos esse protocolo, aconteceu a Operação Shaolin”, disse.

Ele voltou a reafirmar que acha difícil o ministro não ter conhecimento do esquema, já que em todas as reuniões o chefe de gabinete e o secretário executivo estavam presentes, além de pessoas que cuidavam da área de prestação de contas e fiscalização do ministério. “A reunião [sobre o Segundo Tempo] é feita no 7º andar da Secretaria Executiva, com a cúpula do ministério. Então é de interesse do ministério”, completou.

Ex-militante do PCdoB, mesmo partido do ministro, João Dias Ferreira é responsável pela Federação Brasiliense de Kung Fu e pela Associação João Dias de Kung Fu, organizações não governamentais (ONGs) com as quais o ministério firmou dois convênios em 2005 e 2006, para que crianças e jovens em situação de risco fossem atendidos pelo Programa Segundo Tempo, criado pelo governo federal para incentivar crianças carentes a praticar atividades esportivas.

Segundo a denúncia do policial militar, Orlando Silva comandaria um esquema de desvio de parte do dinheiro que o ministério repassava a entidades conveniadas ao programa federal. Ferreira e um de seus funcionários, Célio Soares Pereira, haviam garantido que Silva recebeu pessoalmente, na garagem do ministério, parte do dinheiro obtido com o esquema.

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