"Na próxima visita à Faixa de Gaza, Carter abordará todo tipo de questão com os líderes do Hamas, inclusive os vínculos com Israel", disse porta-voz (Musa al-Shaer/AFP)
Da Redação
Publicado em 26 de abril de 2015 às 13h22.
Gaza - O ex-presidente dos Estados Unidos Jimmy Carter viajará à Faixa de Gaza na próxima quinta-feira com o objetivo de ajudar a acabar com a divisão interna entre o movimento islamita Hamas e o nacionalista Fatah.
"Carter e sua delegação analisarão a situação em Gaza e tentarão acabar com a divisão palestina", informou à Agência Efe Ahmed Youssef, veterano membro do movimento islamita.
"Na próxima visita à Faixa de Gaza, Carter abordará todo tipo de questão com os líderes do Hamas, inclusive os vínculos com Israel para reforçar o cessar-fogo, e debater sobre outra troca de presos", detalhou Youssef.
Hoje chegaram à região os primeiros membros do comitê presidido por Carter para preparar a visita, que incluirá um encontro com o vice-presidente do grupo, Ismail Haniyeh, e outros membros do movimento islamita.
Carter visitou Gaza em 2009 após três semanas de operação militar israelense sobre a região. Desta vez meses depois do cessar-fogo estipulado com a mediação egípcia entre Israel e as milícias palestinas que pôs fim aos dois meses de ofensiva israelense, que deixou mais de 2.100 palestinos e 70 israelenses mortos, além de um rastro de devastação na Faixa.
A visita do ex-presidente americano coincide também com o aniversário do pacto de reconciliação alcançado entre Hamas e Fatah, que se materializou em junho de 2014 com a formação de um executivo de reunificação nacional apoiado pelas duas facções.
No entanto, ambos os grupos continuam de fato enfrentados, em uma divisão que ficou palpável dias atrás quando uma delegação de oito ministros que viajaram da cidade cisjordaniana de Ramala à Faixa deixaram o encontro por considerarem impossível alcançar um acordo sobre algumas questões cruciais para o entendimento, como o pagamento dos salários de 43 mil funcionários do Hamas.
Hamas e Fatah se acusaram mutuamente de obstruir o trabalho do Executivo liderado pelo primeiro-ministro palestino, Rami Hamdala, que tem como missão preparar as eleições presidenciais e legislativas palestinas.