Wen Jiabao: "estabilizar o crescimento não só é a tarefa mais urgente, é também uma tarefa difícil e longa" (Liu Jin/AFP)
Da Redação
Publicado em 10 de julho de 2012 às 13h06.
Pequim - Estabilizar o crescimento neste momento é a tarefa mais urgente da China, declarou nesta terça-feira o primeiro-ministro chinês Wen Jiabao, no momento em que a segunda economia mundial registra uma desaceleração importante.
Os últimos indicadores divulgado nesta semana pelo governo, que mostram uma queda da inflação e das importações, colocaram em evidência esta desaceleração. Na sexta-feira serão divulgados os dados de crescimento correspondentes ao segundo trimestre.
"Estabilizar o crescimento não só é a tarefa mais urgente, é também uma tarefa difícil e longa", declarou Jiabao em dois seminários dedicados à situação econômica do país, indica o governo em um comunicado.
Entre as ações para apoiar o crescimento, Wen Jiabao ressalta o "estímulo ao consumo", a "diversificação das exportações" e "de forma mais importante, o apoio a um crescimento racional do investimento".
A economia chinesa é muito dependente dos investimentos e das exportações, enquanto o consumo interno está pouco desenvolvido. O governo tenta há vários anos corrigir esse desequilíbrio, mas sem muito êxito.
Os investimentos, sobretudo em infraestrutura, foram incentivados pelo governo após a crise financeira de 2008, enquanto a expansão do crédito fez com que a inflação chegasse a 6,5% interanual em julho de 2011.
Frente à desaceleração do crescimento, que passou de 9,2% no ano passado para 8,1% no primeiro trimestre de 2012, o governo não quer abrir novamente o crédito por temor de uma disparada da inflação, que caiu para 2,2% no mês passado.
Já os exportadores chineses são afetados em parte pela crise na Europa, com o crescimento das exportações registrando uma desaceleração a partir do ano passado.
No segundo trimestre, o crescimento da economia chinesa pode cair a 7,6% interanual, segundo um painel de economistas consultados pela agência Dow Jones.
O governo estabeleceu um objetivo de crescimento de 7,5% para 2012, contra 8% nos anos anteriores, embora, na realidade, o crescimento possa ser superior.
Para apoiar a atividade, o Banco Central chinês mudou em duas oportunidades as taxas de juros de referência em junho e em julho, assim como as reservas obrigatórias dos bancos em maio.