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Jesuíta sequestrado em ditadura está em paz com novo papa

"Desejo que o papa Francisco receba as bênçãos divinas no exercício de sua missão", declarou o missionário jesuíta, Francisco Jalics

O missionário jesuíta Francisco Jalics: os críticos de Jorge Bergoglio suspeitam que esteja envolvido no sequestro dos missionários jesuítas Orlando Yorio e Francisco Jalics, capturados em 23 de março de 1976 e depois torturados. (AFP)

O missionário jesuíta Francisco Jalics: os críticos de Jorge Bergoglio suspeitam que esteja envolvido no sequestro dos missionários jesuítas Orlando Yorio e Francisco Jalics, capturados em 23 de março de 1976 e depois torturados. (AFP)

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Da Redação

Publicado em 15 de março de 2013 às 15h42.

Berlim - O missionário jesuíta, Francisco Jalics, membro da ordem religiosa sequestrado junto com um colega pela junta militar argentina nos anos 70, se disse em paz com o Sumo Pontífice, depois dos questionamentos feitos à atitude do Papa em relação a esse fato, indicou em um comunicado divulgado nesta sexta-feira.

O padre Francisco Jalics, de origem húngara e que foi viver no sul da Alemanha nos anos 1980, lembra, neste texto divulgado no site da ordem jesuíta na Alemanha, seus anos na Argentina e seu sequestro junto com Orlando Yorio, um outro membro da ordem, hoje falecido.

"Não posso me pronunciar sobre o papel do padre Bergoglio (futuro papa Francisco, nr) nesses sequestros", afirma o padre.

Ele indica, entretanto: "Deixei a Argentina após a nossa libertação. Depois, tivemos a oportunidade de discutir os fatos com o padre Bergoglio, que nesse meio-tempo se tornou arcebispo de Buenos Aires."

"Nós celebramos juntos uma missa pública. Estou em paz com o que aconteceu e considero a história encerrada", declara, acrescentando: "Desejo que o papa Francisco receba as bênçãos divinas no exercício de sua missão."

Os críticos de Jorge Bergoglio suspeitam que esteja envolvido no sequestro dos missionários jesuítas Orlando Yorio e Francisco Jalics, capturados em 23 de março de 1976 e depois torturados em um centro de detenção conhecido por sua crueldade, a Escola de Mecânica da Marinha (ESMA), antes de ser libertados cinco meses mais tarde.

O prelado argentino dirigia na época a ordem dos jesuítas da Argentina.

O Vaticano rejeitou com firmeza nesta sexta as acusações de conivência com a junta militar argentina feitas contra o papa Francisco, considerando-as "caluniosas e difamatórias".

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