Jato Boeing 787 Dreamliner: as 10 substituições foram feitas no ano passado - duas em maio, quatro em outubro, duas em novembro e duas em dezembro (Issei Kato/Reuters)
Da Redação
Publicado em 30 de janeiro de 2013 às 17h39.
Tóquio - As duas maiores companhias aéreas japonesas admitiram nesta quarta-feira que tiveram que mudar as baterias de vários aviões Dreamliner antes dos problemas que obrigaram estes aparelhos de última geração de Boeing a ficar em terra.
Uma porta-voz da All Nippon Airways admitiu que eles tiveram que trocar 10 baterias e um representante da competidora Japan Airlines (JAL) disse à AFP que tinham substituído algumas (baterias).
As baterias de íon-lítio, do fabricante japonês GS Yuasa, são o principal foco da Dreamliner desde que foi detectada fumaça em um avião da JAL em Boston e outro da ANA teve que realizar um pouso de emergência no Japão.
A ANA, a primeira companhia que voou com aviões de última geração da Boeing, teve que substituir 10 baterias antes do pouso de emergência de 16 de janeiro por causa da fumaça surgida aparentemente no transformador da bateria, disse à AFP a porta-voz Naoko Yamamoto.
A companhia, que começou a operar um Boeing 787 em novembro de 2011, teve que substituir algumas baterias uma semana depois, enquanto outras duraram um mês, disse.
Em quatro casos, o principal transformador só foi carregado parcialmente, enquanto em outros dois, a bateria ou um interruptor auxiliar - que impulsiona a bateria- não arrancou, afirmou.
As 10 substituições foram feitas no ano passado - duas em maio, quatro em outubro, duas em novembro e duas em dezembro - e afetaram sete Dreamliners, dos 17 que a empresa tem, informou.
A ANA não informou essas mudanças ao Conselho Japonês de Segurança do Transporte (JTSB, na sigla em inglês) porque "os dez problemas foram detectados antes do voo e a empresa considerou que eles não afetaram a segurança", disse Yamamoto.
Uma porta-voz da JAL disse que em alguns casos, a companhia teve que mudar as baterias do Boeing 787 antes da ordem de proibição dos voos até que as causas desses incidentes sejam determinadas.
GS Yuasa, o fabricante da bateria de íon-lítio com sede em Kioto, disse que não pôde ser determinada a vida útil da bateria, embora se acredite que ela pode durar dois anos.Contudo, alguns dias depois do pouso de emergência no oeste do Japão, a ANA anunciou que a bateria afetada tinha instalada em outubro, muito antes do ciclo de vida de dois anos.
Apesar de não haver conclusões definitivas, os reguladores aéreos continuam culpando as baterias do avião, apesar de a informação coletada nos registros do voo mostrarem que o transformador não sofreu nenhuma mudança brusca da voltagem.
A voltagem, de fato, registrava níveis normais até haver uma queda súbita que ativou o alerta obrigando a aeronave a realizar uma aterrissagem de emergência, disse um responsável do JTSB à AFP na semana passada.
O GS Yuasa é um dos elos de uma complexa cadeia mundial, que causou o atraso de três anos na entrega do primeiro 787 da Boeing à ANA em 2011.
Os reguladores norte-americanos disseram que não permitirão que o 787 volte a voar até que haja garantias de que os problemas no sistema de alimentação elétrica estão resolvidos.
A ordem para que este avião permaneça em terra está tendo sérios efeitos em outras companhias.
A ANA cancelou 838 voos, afetando cerca de 83.000 passageiros tanto nacionais como internacionais, até meados de fevereiro.
ANA e JAL são grandes clientes do Dreamliner, com 111 aviões.