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Japão tem longas filas por água e comida após terremoto devastador

Centenas de residentes fazem fila em frente à Câmara Municipal nesta terça-feira para receber 6 litros de água atribuídos a cada pessoa após o terremoto

No total, cerca de 150 terremotos abalaram o Japão entre a tarde de segunda-feira e a manhã de terça-feira. O mais forte atingiu magnitude de 7,6, segundo a agência meteorológica japonesa JMA (Divulgação: enase/Getty Images)

No total, cerca de 150 terremotos abalaram o Japão entre a tarde de segunda-feira e a manhã de terça-feira. O mais forte atingiu magnitude de 7,6, segundo a agência meteorológica japonesa JMA (Divulgação: enase/Getty Images)

Agência o Globo
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Agência de notícias

Publicado em 2 de janeiro de 2024 às 15h41.

Última atualização em 2 de janeiro de 2024 às 15h53.

Centenas de residentes da pequena cidade japonesa de Shika fazem fila em frente à Câmara Municipal nesta terça-feira à espera para receber 6 litros de água atribuídos a cada pessoa após o terremoto que abalou o país no dia de Ano Novo. Tsugumasa Mihara, de 73 anos, diz que não se lembra de ter passado por algo assim. Este morador de Shika, localizado na província de Ishikawa, estava dormindo quando um “forte terremoto” o acordou na segunda-feira às 16h10 (4h10 em Brasília).

“Me senti impotente (...) Tudo o que pude fazer foi rezar para que tudo acabasse rapidamente”, disse à AFP.

No total, cerca de 150 terremotos abalaram o Japão entre a tarde de segunda-feira e a manhã de terça-feira. O mais forte atingiu magnitude de 7,6, segundo a agência meteorológica japonesa JMA. Os danos na casa de Tsugumasa Mihara foram leves: apenas alguns pratos quebrados no chão da cozinha. E ao contrário de muitos outros moradores, tem eletricidade.

O grande problema neste momento, segundo Mihara, é a água, já que a rede de água potável de Shika, assim como de muitas outras cidades da Península de Noto, foi danificada. Muitos outros habitantes da península tiveram menos sorte. Vários edifícios e casas desabaram como resultado do tremor. O último número provisório de mortos publicado na terça-feira foi de 50.

"Seguir em frente"

Em Wajima, uma cidade costeira 60 quilômetros ao norte de Shika, um bairro inteiro de casas de madeira foi destruído pelas chamas. Nesta península rural espremida entre as montanhas e o mar, o acesso aos serviços de emergência é difícil em todo o lado devido a estradas danificadas, destruídas ou bloqueadas por deslizamentos de terra.

Uma calma incomum reina nas ruas das cidades visitadas pelos jornalistas da AFP, que também viram muitos veículos presos em fendas no asfalto. Os moradores também fazem fila em frente aos supermercados para se abastecerem, embora alguns negócios estejam fechados por falta de suprimentos. “Hoje estamos fechados. Estamos evacuando”, diz uma placa na entrada de um desses locais.

Em alguns locais, trabalhadores vedam as fissuras a fim de facilitar a passagem dos bombeiros, do Exército – que foi chamado como reforço – e da polícia. Em frente à prefeitura de Shika, Yuko, uma mulher de 58 anos, também espera para receber água, distribuída por um funcionário de uniforme e máscara azuis.

“Precisamos de água”, diz ele à AFP. “Um evento como este nos lembra o quanto a água é essencial”, diz. “Eu estava em minha casa, no primeiro andar, assistindo televisão quando ocorreu o terremoto. Temia pela minha vida”, diz Yuko.

A forma como 2024 começou “ficará gravada para sempre na minha memória”, diz outra mulher de 46 anos, Akiko, que com os filhos estava visitando os pais em Wajima para comemorar o final do ano. Desde o terremoto, toda a família dorme do lado de fora da casa de madeira dos pais, que ficou inclinada. E Akiko não pode voltar para casa neste momento porque as estradas estão bloqueadas. Apesar do cenário, Akiko continua positiva. “Agora que vimos o pior (...) temos de seguir em frente.”

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