Shinzo Abe: "Até agora não recebemos nada oficial, mas nos preparamos, partindo do princípio de que Tóquio estará entre as regiões incluídas no estado de emergência" (AFP/AFP)
AFP
Publicado em 6 de abril de 2020 às 07h15.
Última atualização em 6 de abril de 2020 às 07h16.
O primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, afirmou nesta segunda-feira que seu governo planeja declarar estado de emergência no país em consequência do coronavírus e propôs um pacote de ajuda de um trilhão de dólares para combater os efeitos da pandemia sobre a economia.
"Esperamos declarar o estado de emergência a partir de amanhã (terça-feira) depois de ouvir a opinião do painel de especialistas", disse Abe à imprensa, antes de informar que o governo deve apresentar um pacote de 108 trilhões de ienes para auxiliar a terceira maior economia do planeta. O valor corresponde a cerca de US$ 1 trilhão de dólares.
O pacote prevê repasses diretos de dinheiro a famílias afetadas e empréstimos a juro zero para empresas.
"Estamos vendo um rápido aumento de novas infecções, em particular em áreas urbanas como Tóquio e Osaka," afirmou Abe.
Estas duas grandes cidades e outros cinco municípios estariam incluídos no estado de emergência, completou.
Apesar de ser vizinho de China, berço do novo coronavírus, o Japão foi muito menos afetado pela pandemia de COVID-19 que a Europa ou Estados Unidos. O balanço mais recente do país registra 3.650 casos e 73 mortes.
Mas o número de contágios aumentos consideravelmente nas últimas duas semanas, principalmente em Tóquio, que registrou 148 novos contágios no domingo, um novo recorde local.
Isto aumentou a pressão sobre o governo para intensificar a resposta à pandemia. Além disso, a governadora de Tóquio, Yuriko Koike, pediu no fim de semana à população que adote o 'home office' e evite as saídas não indispensáveis.
"Até agora não recebemos nada oficial, mas nos preparamos, partindo do princípio de que Tóquio estará entre as regiões incluídas no estado de emergência", declarou Koike nesta segunda-feira.
O estado de emergência deve ser limitado a algumas regiões e não deve incluir medidas de confinamento tão drásticas como as que estão em vigor em muitos países.
Concretamente, os governadores das regiões afetadas poderão "solicitar" aos moradores que permaneçam em suas casas e aos comércios não essenciais que suspendam suas atividades.
As autoridades também poderão requisitar terrenos ou edifícios com fins médicos, mas não devem impor um confinamento obrigatório, com sanções em caso de descumprimento. O sistema seria baseado na disciplina cidadã.