Yukio Edano assegurou que deve retomar as tarefas de resfriamento dos reatores mais afetados (Wikimedia Commons)
Da Redação
Publicado em 6 de abril de 2011 às 08h02.
Tóquio - O porta-voz do Governo japonês, Yukio Edano, pediu desculpas nesta quarta-feira aos países vizinhos do Japão por não notificar com antecedência sobre o vazamento de água radioativa ao Oceano Pacífico iniciado na segunda-feira na usina de Fukushima.
As declarações de Edano chegam pouco depois de Seul ter demonstrado descontentamento pelo lançamento de água de baixa radiação ao mar para permitir o armazenamento de líquido com mais radiação procedente dos reatores de Fukushima Daiichi.
Na terça-feira, um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores sul-coreano disse que, "quando há eventos que causam ansiedade entre países vizinhos, devem ser notificados anteriormente".
Seul chegou inclusive a afirmar que a liberação de água radioativa ao mar por parte da Tepco, a operadora da usina, "poderia representar um problema com relação às leis internacionais", algo que o Ministério das Relações Exteriores japonês negou.
Edano assegurou nesta quarta-feira que a liberação de 11.500 toneladas de água com baixa radioatividade (cerca de 100 vezes acima dos limites legais) é necessária para seguir armazenando líquido com maior concentração de radiação e retomar as tarefas de resfriamento dos reatores mais afetados.
O porta-voz do Governo japonês também indicou que o vazamento de água radioativa ao mar perto de Fukushima Daiichi através de uma rachadura em um poço foi controlado nesta quarta-feira, graças à injeção de silicato de sódio.
No entanto, Edano pediu cautela, já que ainda deve ser confirmado se o fluxo de água tóxica foi controlado totalmente e se não existem outros focos de vazamento.
O porta-voz lembrou que o Governo japonês trabalhará para explicar aos pescadores da região os problemas causados pela contaminação das águas próximas à central de Fukushima com materiais radioativos como o iodo e o césio
Segundo a televisão pública "NHK", a maior parte das cooperativas de pescadores da vizinha província de Ibaraki deixou de trabalhar voluntariamente, após serem detectados níveis de césio superiores ao permitido em um peixe similar à enguia.