Usina de Fukushima antes dos desastres: AIEA também não entendeu aumento do nível de segurança (Kawamoto Takuo/Wikimedia Commons)
Da Redação
Publicado em 21 de dezembro de 2011 às 05h35.
Tóquio - O Governo japonês e a operadora da usina de Fukushima, a Tepco, revelaram nesta quarta-feira o plano para desativar a central em um prazo entre 30 e 40 anos, após decretar há cinco dias a 'parada fria' de seus reatores.
Segundo a agenda, o primeiro passo será eliminar o combustível nuclear usado das piscinas dos reatores de 1 a 4 nos dois próximos anos, e retirar o combustível fundido no interior das unidades 1, 2 e 3 na próxima década, informou a agência 'Kyodo'.
De acordo com o relatório, as piscinas de combustível usado dos reatores de 1 a 4 contêm 3.108 'elementos combustíveis', como são conhecidas as estruturas que contêm as barras de combustível atômico. Já as unidades 1, 2 e 3 contam com 1.496 'elementos combustíveis' em seu interior, muitos dos quais podem estar fundidos ou danificados.
Em reunião realizada hoje entre o Governo e a Tepco, o ministro da Indústria japonês, Yukio Edano, pediu que a operadora 'aumente' o nível trabalho para reduzir a preocupação dos cerca de 80 mil evacuados na zona devido à crise nuclear.
Além disso, segundo o diário econômico 'Nikkei', o Governo estuda repassar cerca de 1 trilhão de ienes (US$ 12,7 bilhões) dos cofres públicos para ajudar a companhia a pagar as compensações para os afetados pela tragédia.
Desde o início da crise na central de Fukushima, em 11 de março, a companhia elétrica reportou perdas de mais de US$ 7,5 bilhões entre abril e setembro.
Durante este ano fiscal, que se encerrará em março de 2012, a Tepco terá de desembolsar cerca de 1 trilhão de ienes (US$ 12,7 bilhões) em indenizações, e a quantia pode aumentar a 4,5 trilhões de ienes (US$ 57 bilhões) nos próximos dois anos.
Em 16 de dezembro, o Governo do Japão confirmou que os três reatores nucleares da central de Fukushima danificados pelo tsunami de março tinham alcançado a 'parada fria', o que significa que são mantidos de forma estável abaixo de 100 graus centígrados. EFE