Gado é alimentado em uma fazenda em Kawamata, distrito de Fukushima, onde a venda de carne foi proibida há 9 dias (Ken Shimizu)
Da Redação
Publicado em 28 de julho de 2011 às 10h09.
Tóquio - O Governo do Japão proibiu nesta quinta-feira a distribuição de carne bovina na província de Miyagi (nordeste), nove dias após ter adotado a mesma medida em Fukushima.
A decisão foi tomada depois que se detectou que a carne de pelo menos seis cabeças de gado de Miyagi continham níveis de césio radioativo acima do limite de 500 becquerels por quilo permitido pelas autoridades, informou o porta-voz do Governo japonês, Yukio Edano.
Essa proibição é a primeira que restringe alimentos na província de Miyagi, próxima a Fukushima, epicentro da pior crise nuclear do mundo após a de Chernobyl, em 1986.
Em declarações recolhidas pela agência local "Kyodo", Edano explicou que o Governo suspenderá parcialmente o veto em Miyagi quando as autoridades locais aumentarem os controles de segurança sobre a carne.
O Executivo japonês também considera emitir uma proibição similar na próxima semana para a carne da província de Iwate, ao norte de Miyagi, depois que foi detectada carne bovina contaminada.
As autoridades de saúde acreditam que a carne pode ter sido contaminada porque os animais foram alimentados com uma ração composta por nutrientes cultivados ao ar livre que receberam altas doses de radioatividade no início da crise nuclear, que teve origem após o terremoto e o tsunami de 11 de março.
Segundo a "Kyodo", a ração contaminada foi utilizada tanto dentro quanto fora da província de Miyagi e os animais alimentados que se alimentaram dela teriam sido distribuídos em diversas regiões do Japão.
Nesta terça-feira o Governo japonês anunciou que comprará a carne contaminada de Fukushima que chegou ao mercado e passará a fatura à Tokyo Electric Power (Tepco), a operadora da usina afetada após o tsunami.
Além disso, deve dar compensações de 50 mil ienes aos criadores de gado por cada um dos animais contaminados por causa da crise, em um programa de ajudas que terá um custo de entre 1 bilhão e 2 bilhões de ienes.