Vista aérea de Fukushima: governo do primeiro-ministro Shinzo Abe vem pressionando para que alguns dos reatores do país voltem à ativa (Kyodo/Reuters)
Da Redação
Publicado em 6 de fevereiro de 2015 às 09h43.
Tóquio - O governo do Japão pretende reativar um reator nuclear por volta de junho, depois de um processo de aprovação longo e politicamente sensível que se seguiu ao desastre de Fukushima, disseram fontes familiarizadas com os planos.
O governo do primeiro-ministro Shinzo Abe vem pressionando para que alguns dos reatores do país voltem à ativa, argumentando que são essenciais para o crescimento econômico.
Todos os 48 reatores japoneses foram fechados após o terremoto seguido de tsunami que levou ao colapso a usina de Fukushima Daiichi, em março 2011.
A reativação, no país que já foi o terceiro maior consumidor de energia nuclear do mundo, vai reforçar os serviços públicos, que amargaram enormes perdas depois que passaram a depender de combustíveis fósseis, e modernizar as usinas nucleares, sendo que duas delas estão recorrendo à ajuda do governo.
Mas a iniciativa causará controvérsia em uma nação onde a maioria se opõe à energia nuclear e não se esqueceu da pior crise atômica no mundo desde Chernobyl, em 1986.
"Pedimos ao governo que leve plenamente em consideração o enorme sofrimento causado pelo acidente da central nuclear e se certifique de que as futuras políticas garantam segurança e paz de espírito a todos os cidadãos", disse o governador de Fukushima, Masao Uchibori, quando questionado sobre a reativação.
A Kyushu Electric Power Co receberá o sinal verde para recolocar em operação duas unidades nucleares no sudoeste do Japão, a primeira delas em junho, de acordo com três fontes familiarizadas com a estratégia do governo. As fontes não quiseram se identificar por não estarem autorizadas a falar com a mídia.
Até junho a Autoridade Regulatória Nuclear do Japão deve ter completado as verificações finais e avaliação dos reatores na usina de eletricidade Sendai, em Kyushu, deixando Abe dar a palavra final. As autoridades locais deram seu aval no ano passado.
Um porta-voz do ministério da indústria disse que não há nenhuma informação sobre a data de reinício das atividades na usina Sendai.