Primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, é guiado por um sarcedore shinto enquanto realiza visita costumeira de ano-novo ao templo Ise, em Ise, na região central do Japão (Kyodo/Reuters)
Da Redação
Publicado em 9 de janeiro de 2014 às 15h20.
Paris - O governo do Japão, que tem diferenças com a China sobre território e outros temas, levou o seu caso para a Europa nesta quinta-feira, defendendo a visita do primeiro-ministro Shinzo Abe a um templo que homenageia mortos japoneses em guerra e reiterando a necessidade de uma linha direta de comunicação entre Tóquio e Pequim.
As relações entre os dois gigantes econômicos da Ásia, que não são as mais próximas, se tornaram ainda mais tensas no mês passado quando Abe visitou o templo Yasukuni em Tóquio, onde líderes japoneses condenados por crimes de guerra e outros mortos em combate são lembrados, irritando a China e a Coreia do Sul.
Pequim e Tóquio também disputam a posse de ilhas desabitadas no Mar Oriental da China. Os chineses dizem querer discutir o tema com o Japão, mas acusam Abe de não estar seriamente comprometido em resolver a polêmica.
Numa entrevista à imprensa com os seus colegas franceses, o ministro da Defesa do Japão, Itsunori Onodera, e o ministro do Exterior, Fumio Kishida, afirmaram que o objetivo de Tóquio é construir uma paz duradoura no Pacífico asiático.
"Precisamos de uma linha para o diálogo", disse Onodera, por intermédio de um tradutor. "Falamos isso com a China, mas infelizmente esse diálogo não está aberto, mas precisamos reabri-lo." O Japão e a China concordaram em 2011 discutir o estabelecimento de um canal de comunicações para emergências aéreas e marítimas.
No entanto, o diálogo parou depois que o governo japonês comprou as ilhas em disputa de um proprietário privado em 2012, para impedir que o na época nacionalista governo da cidade de Tóquio fizesse a aquisição e inflamasse mais os ânimos.
A China levou a guerra de propaganda com o Japão para as Nações Unidas na quarta-feira, questionando os motivos de Abe para visitar o templo Yasukuni e pedindo que ele corrigisse a sua visão histórica.
Tanto a China quando a Coreia sofreram sob um brutal regime japonês.
Em resposta à pergunta de uma jornalista chinesa na entrevista em Paris, Kishida disse que Abe se desculpou com os que se sentiram ofendidos na China e na Coreia do Sul. Segundo ele, Abe foi ao templo rezar pela paz.