O ministro dos Transportes, Yuichiro Hata (C), visita o santuário: a visita foi condenada por Pequim e Seul e pode complicar ainda mais a diplomacia entre China e Japão (Kazuhiro Nogi/AFP)
Da Redação
Publicado em 18 de outubro de 2012 às 09h42.
Tóquio - Dois ministros e dezenas de deputados japoneses visitaram na manhã desta quinta-feira o santuário de Yasukuni, venerado pelos nacionalistas e símbolo do passado militarista do Japão para China e Coreia do Sul.
Os ministros dos Transportes, Yuichiro Hata, e da Reforma Postal, Mikio Shimoji, chegaram pela manhã no santuário, constatou a AFP.
O chefe do principal partido de oposição e favorito ao cargo de primeiro-ministro nas próximas eleições, Shinzo Abe, visitou o santuário na véspera.
"Vim como presidente do PLD para prestar homenagem e rezar pelos espíritos heróicos que sacrificaram suas vidas pelo país", disse o líder do Partido Liberal Democrata (direita), favorito para suceder o atual premier de centro esquerda, Yoshihiko Noda.
A visita de Abe foi condenada por Pequim e Seul.
A agência oficial Nova China denunciou na noite de quarta-feira um gesto "que vai complicar ainda mais as relações bilaterais" já abaladas pelo aumento da tensão em torno das ilhas Diaoyu/Senkaku, no Mar da China Meridional, sob o controle de Tóquio mas reivindicadas por Pequim.
"Em um momento tão delicado, a visita de Abe (...) é mais um insulto e dirige um novo golpe contra relações sino-japonesas já frágeis", avalia a Nova China.
O porta-voz do ministério sul-coreano das Relações Exteriores manifestou seu "profundo pesar e preocupação" com a visita de um alto responsável político como Abe "a um símbolo da guerra, da agressão e do militarismo japoneses".
A reputação negativa do santuário de Yasukuni aumentou após a inclusão em segredo, em 1978, dos nomes de 14 criminosos de guerra condenados pelos aliados após a Segunda Guerra Mundial aos nomes dos 2,5 milhões de soldados caídos pelo Japão.