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Da Redação
Publicado em 13 de março de 2011 às 16h48.
Fukushima - O Japão luta neste domingo para evitar um desastre nuclear e para cuidar de milhões de pessoas sem energia e água dois dias após o terremoto e o tsunami que podem ter matado mais de 10 mil pessoas no país.
A terceira maior economia do mundo volta a funcionar na segunda-feira. Enquanto isso, o país tenta responder ao desastre de proporções épicas, em que cidades inteiras foram varridas do mapa por uma parede de água.
Funcionários do governo confirmaram que três reatores nucleares correm o risco de um superaquecimento. O medo é de um vazamento descontrolado de radiação.
"O terremoto, o tsunami e o incidente nuclear têm sido a maior crise que o Japão enfrentou nos 65 anos desde o fim da Segunda Guerra Mundial", disse o primeiro-ministro Naoto Kan em conferência de imprensa.
Enquanto ele falava, funcionários trabalham desesperadamente para impedir o superaquecimento dos reatores danificados. Se o esforço fracassar, os compartimentos que guardam o combustível nuclear podem derreter ou até explodir, provocando o vazamento de material radioativo na atmosfera.
O problema mais urgente está no complexo nuclear de Fukushima Daiichi, onde as autoridades liberaram vapor radioativo para aliviar a pressão nos reatores.
O complexo, 240 quilômetros ao norte de Tóquio, sofreu uma explosão no sábado que destruiu o teto do edifício que abriga um reator. As autoridades estão usando água do mar para resfriar o edifício.
O reator número 1 de Fukushima tem 40 anos e, originalmente, estava programado para deixar de operar em fevereiro, mas teve sua licença estendida por mais 10 anos.
Milhares de mortos
A situação em Fukushima é a mais séria, mas não é o única do tipo no Japão: a agência das Nações Unidas afirmou ter recebido um alerta em Onagawa - posteriormente minimizado pelo governo japonês - e o sistema de resfriamento de outra usina, mais perto de Tóquio, também teve problemas.
A rede de televisão NHK, citando dados oficiais, disse que mais de 10 mil pessoas podem ter morrido por causa do tsunami provocado pelo terremoto de magnitude 8,9 graus de sexta-feira, que atingiu a área costeira e reduziu as cidades a escombros.
Quase 2 milhões de casas estão sem energia elétrica na gélida região norte, disse o governo. Cerca de 1,4 milhão de pessoas estão sem água.
A agência de notícias Kyodo News disse que cerca de 300 mil pessoas em todo o país foram evacuadas, muitas estão refugiadas em abrigos.
A autoridades mantêm uma zona de exclusão de 20 quilômetros em torno da usina nuclear Fukushima Daiichi e de 10 quilômetros em outra planta nuclear próxima da região.
Cerca de 140 mil pessoas foram removidas da área, enquanto as autoridades se prepararam para distribuir iodo na tentativa de reduzir a exposição da população local à radiação.
Banco Central promete ação
O presidente do Banco do Japão (BoJ), Masaaki Shirakawa, disse que o banco central vai aumentar a liquidez do sistema bancário na segunda-feira, reforçando a determinação do banco de manter os mercados estáveis depois do terremoto devastador que atingiu o nordeste do Japão.
O Banco do Japão provavelmente vai colocar recursos da ordem de 2 a 3 trilhões de ienes por meio de suas operações de mercado na segunda de manhã, duas a três vezes o valor normal, para acalmar os mercados financeiros e impedir que os juros de curto prazo disparem.