O primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe: na quinta-feira, Pequim acusou Tóquio de querer "denegrir a imagem da China". (Kazuhiro Nogi/AFP)
Da Redação
Publicado em 8 de fevereiro de 2013 às 13h48.
Tóquio - O governo japonês exigiu nesta sexta-feira que Pequim se desculpe, após afirmar que um radar de tiro chinês foi usado contra um destróier japonês em águas internacionais, paralelamente a uma disputa territorial no Mar da China.
Tóquio convocou mais uma vez o embaixador chinês, depois de Pequim negar o uso de um radar de preparação de tiro contra uma navio militar japonês.
"Queremos que a China reconheça (a utilização do radar), apresente suas desculpas e se esforce para evitar que isso ocorra novamente", declarou o primeiro-ministro japonês Shinzo Abe, citado pela agência Jiji.
"Confirmamos visualmente e por fotografias, além de outros meios, detalhes como a orientação do radar na direção" do navio japonês, acrescentou Abe.
Essas declarações foram precedidas pela convocação por Tóquio do embaixador Cheng Yonghua. O ministério das Relações Exteriores do Japão chegou a dizer que as explicações de Pequim eram "totalmente inaceitáveis".
A China nega as acusações e considera "contrárias aos fatos".
"De maneira unilateral o Japão transmitiu aos meios de comunicação uma afirmação inexata e altos funcionários governamentais japoneses fizeram declarações irresponsáveis", declarou o ministério chinês da Defensa em um comunicado enviado por fax à AFP.
O embaixador da China já havia sido convocado na terça-feira, no dia seguinte a uma incursão de navios oficiais chineses nas águas das ilhas Senkaku, um pequeno arquipélago administrado pelo Japão, mas reivindicado por Pequim sob o nome de Diaoyu.
Na quinta-feira, Pequim foi mais longe, acusando Tóquio de querer "denegrir a imagem da China".
"Recentemente, o Japão agravou a crise e reforçou intencionalmente a tensão para denegrir a imagem da China", declarou Hua Chunying, porta-voz da diplomacia chinesa.
"O problema atual não é a China manifestar sua segurança, mas os navios e aviões japoneses que realizam repetidamente atividades ilegais no espaço aéreo e nas águas das ilhas Diaoyu, o que mina a soberania territorial chinesa", acrescentou a porta-voz, considerando que "isto vai contra a melhora das relações" bilaterais.
Por sua vez, o futuro chefe de Governo chinês, Li Keqiang, convocou a Marinha chinesa a intensificar a vigilância das águas territoriais chinesas.
Tóquio anunciou recentemente a formação de uma força especial de 600 homens e 12 navios para vigiar e proteger o arquipélago.