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Japão e Rússia firmam cooperação na luta antiterrorismo

Ministros da Defesa e das Relações Exteriores anunciaram plano acordado após discussões inéditas, apesar de suas disputas territoriais

Chanceler russo Sergey Lavrov e seu colega japonês Fumio Kishida (Kimimasa Mayama/AFP)

Chanceler russo Sergey Lavrov e seu colega japonês Fumio Kishida (Kimimasa Mayama/AFP)

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Da Redação

Publicado em 2 de novembro de 2013 às 09h50.

Tóquio - Os ministros da Defesa e das Relações Exteriores do Japão e da Rússia anunciaram neste sábado um plano de cooperação antipirataria e antiterrorismo, acordado após discussões inéditas, apesar de suas disputas territoriais.

O ministro japonês das Relações Exteriores, Fumio Kishida, e o da Defesa, Itsunori Onodera, participaram de uma reunião "2+2" com os seus colegas russos, Sergei Lavrov e Sergei Shoigu, na residência para convidados do governo em Tóquio.

Este é o primeiro encontro do tipo entre os dois países, que continuam a disputar a soberania de um arquipélago localizado ao norte do Japão e de ilhas no Extremo Oriente russo.

Tóquio e Moscou concordaram em realizar exercícios militares conjuntos entre as Forças de Autodefesa japonesas e da Marinha russa para o treinamento na luta contra terroristas e piratas, anunciaram os ministérios em um comunicado conjunto.

Os dois países também decidiram lançar "discussões russo-japonesas sobre segurança cibernética" e acelerar outras discussões já em andamento sobre segurança e defesa, incluindo com reuniões a nível ministerial.

"Começamos com o pé direito, abrindo um novo capítulo nas relações russo-japonesas", comemorou Kishida, durante uma coletiva de imprensa conjunta organizada após o encontro.


Uma nova cooperação em matéria de segurança "terá um impacto positivo sobre as negociações para a assinatura de um tratado de paz", que os dois vizinhos ainda não assinaram por causa de suas disputas territoriais, e apesar de suas relações comerciais estarem em crescimento devido ao aumento das necessidades de combustíveis fósseis do Japão.

Tóquio e Moscou disputam há anos a soberania sobre as ilhas Curilas, no extremo norte do arquipélago japonês, que Tóquio chama de "Territórios do Norte". Os dois vizinhos ainda brigam por quatro ilhas anexadas pelos soviéticos no final da Segunda Guerra Mundial.

Tóquio e Moscou afirmaram na sexta-feira que os dois países se encontrariam no início de 2014, a nível de vice-chanceleres, para discutir essas questões.

Lavrov declarou que as discussões deste sábado se concentraram na situação na península coreana, disputas territoriais, tráfico de drogas e crimes transfronteiriços.

A primeira reunião "2+2" entre Moscou e Tóquio é ainda mais significativa na medida em que o Japão realiza tais encontros apenas com a Austrália e os Estados Unidos.

Também acontece num contexto de tensão com a China devido a disputas territoriais no Mar da China Oriental.

Segundo os observadores, a forte deterioração das relações entre Tóquio e Pequim por causa das disputas no Mar da China Oriental também poderia explicar em parte o aquecimento das relações russo-japonesas.

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