Preocupação com os testes de Kim Jong Un: EUA e Japão enviarão aeronaves para recolher amostras de ar e analisar a presença de partículas radioativas, o que poderia ser um indício do novo teste atômico (Reuters/ KCNA)
Da Redação
Publicado em 6 de janeiro de 2016 às 06h51.
Tóquio - Japão e Estados Unidos enviaram nesta quarta-feira aviões de reconhecimento para uma região próxima da península coreana para medir a radioatividade no ar, depois que a Coreia do Norte anunciou que tinha realizado seu primeiro teste com uma bomba termonuclear.
Uma aeronave das Forças de Autodefesa do Japão recolherá amostras de ar para analisar a presença de partículas radioativas, o que poderia ser um indício do novo teste atômico do regime de Kim Jong-un, informaram fontes governamentais à agência japonesa de notícias "Kyodo".
Os Estados Unidos também enviaram aviões à região com o mesmo objetivo, assim como procederam nos testes nucleares anteriores de Pyongyang, em 2006, 2009 e 2013, disse à Agência Efe um porta-voz do Ministério da Defesa do Japão.
Se forem encontrados materiais radioativos no ar, eles podem oferecer informações sobre a natureza do teste nuclear supostamente realizado por Pyongyang.
No entanto, no último experimento atômico norte-coreano, em 2013, os aviões de reconhecimento não encontraram vestígios de radiação, o que poderia indicar que a Coreia do Norte lacrou completamente os túneis onde aconteceu a detonação.
A Coreia do Norte anunciou hoje em sua emissora de televisão estatal que realizou seu primeiro teste com uma bomba nuclear de hidrogênio, pouco depois que um terremoto de magnitude 5 na escala Richter foi detectado no nordeste do país como consequência da detonação atômica.
Antes do anúncio, centros sismológicos de Coreia do Sul, EUA, China e Japão tinham detectado um terremoto com magnitude entre 4,2 e 5,1 no nordeste do país, perto da base de testes nucleares de Punggye-ri, onde ocorreram os experimentos anteriores.
Caso seja confirmada, a detonação de hoje seria a primeira de Pyongyang com uma arma termonuclear, cuja detonação é muito mais poderosa que a dos dispositivos atômicos convencionais utilizados pela Coreia do Norte em seus experimentos anteriores.