Manifestante protesta contra energia nuclear em Tóquio (Afp.com / Toshifumi Kitamura)
Da Redação
Publicado em 16 de julho de 2014 às 08h09.
Tóquio - A Autoridade de Regulação Nuclear do Japão (NRA, sigla em inglês) publicou nesta quarta-feira um relatório preliminar que afirma que a central atômica de Sendai, no sudoeste do país, é a primeira que cumpre com os novos requisitos de segurança estabelecidos após o acidente de Fukushima.
O relatório é um passo chave para a reativação dessa usina - que pode ser a primeira a operar comercialmente segundo a nova legislação - em um momento no qual os 48 reatores do Japão permanecem desativados por motivos de segurança após a catástrofe de 2011.
Para voltar a produzir eletricidade, todas essas instalações devem cumprir com as novas normas de segurança introduzidas pela NRA em julho de 2013.
Apesar de o relatório abrir a porta para a reativação dos dois reatores da central de Sendai, situada na Prefeitura de Kagoshima, a mesma não deve começar a operar até o segundo semestre, já que a empresa responsável pela usina, a Kyushu Electric Power, espera conseguir primeiro o sinal verde da população local.
O acidente na usina nuclear de Fukushima Daiichi, provocado pelo terremoto de magnitude 9 que foi seguido por um tsunami que atingiu seus reatores no dia 11 de março de 2011, foi o pior desde o de Chernobyl, na Ucrânia, em 1986, o que resultou na desaprovação da energia nuclear por grande parte da população japonesa.
Nas ultimas pesquisas publicadas pela imprensa do país, mais de 50% dos consultados se mostraram contrários à reativação das centrais nucleares.
No entanto, os custos para a geração de eletricidade no Japão através de centrais térmicas dispararam após o acidente, por isso o governo do primeiro-ministro Shinzo Abe apostou na reativação das usinas nucleares que cumprirem com os novos requisitos.
Além da Kyushu Electric Power, outras oito companhias elétricas regionais do Japão solicitaram as revisões da NRA para cumprir com o novo marco legal.
Depois do acidente de Fukushima, o Japão reativou apenas dois reatores nucleares na usina de Oi, no oeste do país, devido ao risco de blecautes nessa região do país.
No entanto, as duas unidades foram desativadas em setembro de 2013 para serem submetidas às revisões rotineiras que devem acontecer a cada 13 meses, segundo a legislação do Japão.
Até hoje, nenhuma central tinha recebido o sinal verde da NRA para voltar a operar sob as novas regras aprovadas em julho de 2013.