INDÚSTRIA: no Japão, indústria surpreende analistas e eleva crescimento do PIB / Toru Hanai/Reuters (Toru Hanai/Reuters)
Da Redação
Publicado em 7 de março de 2017 às 06h32.
Última atualização em 23 de junho de 2017 às 19h28.
Para um país acostumado ao zero a zero, os pequenos avanços são motivo de comemoração. Nesta terça-feira, o Japão apresenta o crescimento do PIB anual revisado, e o resultado deve ser melhor do que a prévia apresentada em 12 de fevereiro. A alta de 2016 deve ficar em 1,6%, bem mais robusta que o 1,0% anterior. Isso equivale a um PIB de quase 4,2 trilhões de dólares.
O motivo da melhora, de acordo com pesquisa realizada pela agência de notícias Reuters, foram melhores resultados industriais no último trimestre do ano, estimulados por investimento em maquinário. De acordo com o levantamento, essa tendência deve se manter nos próximos anos, uma vez que o envelhecimento da população japonesa obriga uma renovação dos equipamentos.
Apesar da boa surpresa, a estagnação do mercado interno preocupa. O consumo das famílias, que responde por 60% do PIB, ficou estagnado, e o aumento dos preços da comida fresca e dos vegetais é considerado o principal fator para a diminuição do poder de compra dos japoneses.
O superávit da balança comercial corresponde a 0,2% do PIB. As exportações em 2016 cresceram 2,6% – o maior avanço dos últimos dois anos – e a indústria automobilística foi a maior responsável pela alavancagem. Os principais destinos são China e Estados Unidos. Apesar da relação de 268 bilhões de dólares com os americanos, a posse de Donald de Trump preocupa.
No começo do ano, o presidente desistiu de Acordo Transpacífico, do qual o Japão faz parte. E, apesar de preferir cuidar dos acordos bilaterais, o presidente, em janeiro, voltou a afirmar que o Japão manipula o mercado, se aproveitando de desvalorizações de moedas para negociar, e ameaçou taxar mais a montadora Toyota caso a empresa mantenha os planos de construir uma fábrica no México. Trump tem afirmado que seria um “mau negócio” prejudicar a relação bilionária com o Japão. Mas o fantasma do protecionismo mantém aceso o alerta.