Membros da Autoridade de Regulação Nuclear inspecionam tanques da usina de Fukushima (Nuclear Regulation Authority via Bloomberg)
Da Redação
Publicado em 28 de agosto de 2013 às 07h51.
Tóquio - A Autoridade de Regulação Nuclear do Japão (NRA) confirmou nesta quarta-feira a revisão da gravidade do vazamento de água radioativa de um tanque da central de Fukushima ao nível 3 da escala internacional de fatos atômicos.
Embora a NRA tenha estimado que o vazamento, detectado na última semana, devia ser classificado no nível 1 da Escala Internacional Nuclear e de Fatos Radiológicos (INES), o órgão se ratificou posteriormente e recomendou elevar sua gravidade ao nível 3 devido ao alto nível de contaminação da água.
A categoria 3 da escala da INES, que inclui oito níveis de gravidade (de 0 a 7), define o vazamento de Fukushima como um "incidente sério", enquanto a 1 descrevia o fato simplesmente como uma "anomalia".
O vazamento, de 300 toneladas de líquido, ocorre em um dos quase mil tanques construídos para armazenar parte de água usada na refrigeração dos reatores, a qual é altamente radioativa.
A confirmação de mudança de gravidade relacionada ao recente vazamento foi anunciada oficialmente hoje após uma consulta a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).
O comitê da AIEA, que assessora a aplicação da escala INES, respondeu que "pode ser uma opção para as autoridades japonesas considerar este evento (o vazamento de água) como um fato independente do acidente de Fukushima", segundo um documento publicado hoje pelo regulador japonês.
O comitê amparou sua resposta ao fato deste "incidente ter acontecido em uma "nova" instalação desenhada com fins específicos de segurança radiológica".
Até agora, a NRA duvidava sobre a validade de aplicar a escala INES a um incidente registrado em instalações novas dentro de uma central onde a crise nuclear ainda não foi resolvida, a qual já foi qualificada com o nível máximo de gravidade (7).
Por sua parte, a AIEA também recomendou às autoridades japonesas estudar a aplicação de um plano de comunicação integral que "ajudaria a transmitir de maneira clara" o que ocorre na central, além de optar pela simples aplicação da escala INES.
O vazamento detectado no tanque se soma ao problema do acumulo de água contaminada nos porões dos edifícios dos reatores, que provoca o vazamento de 300 toneladas diárias de água contaminada ao oceano Pacífico e representa o principal desafio para a desativação da usina, altamente devastada pelo terremoto e tsunami de março 2011.