Diane and John Foley, pais do jornalista James Foley, barbaramente executado na Síria, durante uma entrevista na cidade de Rochester, no estado americano de New Hampshire (Dominick Reuter/AFP)
Da Redação
Publicado em 25 de agosto de 2014 às 16h31.
Nova York - O jornalista americano James Foley, barbaramente executado na Síria, narrou para a sua família o sofrimento no cativeiro em uma mensagem oral que foi memorizada por outro refém libertado.
Na página do Facebook "Free James Foley", os pais do repórter publicaram trechos da mensagem que o companheiro de cela do jornalista narrou para sua mãe: "Chegamos a ser 18 detentos, sempre na mesma cela, o que tem me ajudado", narrou Foley, que também descreveu episódios da vida com seus pais e seus irmãos, e pediu que "se mantenham fortes".
"Temos conversas intermináveis sobre filmes, esportes, contamos piadas", explica ele, acrescentando que os reféns organizam até mesmo jogos de salão. "Nós encontramos uma maneira de jogar damas, xadrez, Risk (jogo de estratégia)".
O jornalista da GlobalPost de Boston, que teve sua decapitação postada em 19 de agosto, explica como os reféns se sentem quando um de seus companheiros é libertado. "Ficamos muito agradecidos quando alguém é libertado. Mas é claro que cada um busca a sua própria libertação. Tentamos estimular uns aos outros e compartilhar nossa força. Agora estão nos alimentando melhor, todos os dias. Temos chá, às vezes café. Recuperei o peso que perdi no ano passado".
As últimas frases de Foley, morto aos 40 anos, são para a sua avó, a quem recomenda que "tome seus medicamentos e caminhe".