O líder Kadafi da Líbia prometeu lutar até a "última gota de sangue" para não abandonar o poder (Ricardo Stuckert/Presidência da República)
Da Redação
Publicado em 26 de fevereiro de 2011 às 10h12.
Roma - O governo italiano suspendeu o Tratado de Amizade entre Itália e Líbia assinado pelos respectivos líderes Silvio Berlusconi e Muammar Kadafi em 29 de agosto de 2008 na cidade líbia de Benghazi, que continha importantes acordos na luta contra a imigração ilegal.
Foi o que anunciou neste sábado o ministro da Defesa italiano, Ignazio La Russa, durante um ato oficial na cidade de Livorno (centro da Itália). "O tratado Itália-Líbia já não existe de fato, é inoperante, está suspenso", afirmou La Russa, em declarações divulgadas pela imprensa italiana.
"Por exemplo, os homens da Guarda de Finanças que estavam nas lanchas para controlar o que faziam os líbios, que tinham o comando (na vigilância do litoral contra a imigração ilegal), agora estão em nossa embaixada", explicou o ministro. Segundo ele, Roma considera "provável" que sejam "muitíssimos" os imigrantes ilegais que possam deixar o litoral líbio em direção à Itália nos próximos dias.
Diante deste temido êxodo em massa de cidadãos líbios para a costa italiana, La Russa apelou neste sábado à solidariedade de outros países da Europa.
O Tratado de Amizade entre os dois países compreende a cooperação no combate à imigração ilegal, com uma intensificação da fiscalização nas alfândegas líbias, bem como um ressarcimento econômico por parte de Roma pela colonização imposta à Líbia na primeira metade do século XX. Este ressarcimento é de US$ 5 bilhões durante 20 anos.
O acordo contempla, além disso, investimentos italianos em obras de infraestrutura líbia, assim como bolsas de estudos para jovens da Líbia que queiram estudar na Itália.