Um navio resgatou 66 imigrantes na segunda-feira, mas foi instruído a não levá-los à Itália, disse uma fonte do Ministério do Interior (Antonio Parrinello/Reuters)
Reuters
Publicado em 10 de julho de 2018 às 14h19.
Última atualização em 10 de julho de 2018 às 14h22.
Roma - A Itália não permitiu que uma embarcação comercial com bandeira italiana desembarcasse imigrantes resgatados no mar, aparentemente se atendo a uma política imigratória linha-dura e mantendo a pressão sobre aliados europeus para que dividam o fardo de acolher o influxo de pessoas deslocadas.
Um navio comercial que abastece plataformas de petróleo no litoral da Líbia resgatou 66 imigrantes na segunda-feira, mas foi instruído a não levá-los à Itália, disse uma fonte do Ministério do Interior.
O ministro dos Transportes, Danilo Toninelli, disse que os imigrantes foram transferidos para uma embarcação da Guarda Costeira italiana nesta terça-feira. Uma fonte disse que eles serão levados à Itália, mas a fonte do Ministério do Interior não confirmou.
O navio comercial recolheu os imigrantes mesmo tendo sido avisado que barcos de patrulha líbios estavam a caminho para resgatá-los, disse a fonte do Ministério do Interior.
O fato ocorreu dois dias antes de uma reunião de ministros do Interior europeus na cidade austríaca de Innsbruck, onde o ministro alemão Horst Seehofer quer que seu homólogo italiano de extrema-direita, Matteo Salvini, concorde em receber de volta imigrantes que chegam às fronteiras de seu país vindos da Itália.
O novo governo italiano, que tomou posse em 1º de junho, ajudou a recolocar a imigração na agenda europeia fechando seus portos a barcos de ajuda humanitária que resgatam imigrantes na costa líbia, e vem se recusando a aceitar imigrantes enviados de volta da divisa alemã.
Mais de 650 mil imigrantes, a maioria da África e do Oriente Médio, enfrentaram o mar em barcos superlotados de traficantes de pessoas desde 2014. Muitos dos resgatados foram levados à Itália e de lá seguiram para o norte europeu.