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Israelenses protestam de norte a sul para marcar 500 dias da guerra e pedir libertação de reféns

Manifestações ocorreram em Tel Aviv, Jerusalém e Haifa; famílias dos sequestrados pedem apoio e fazem jejum coletivo

Israelenses protestam pedindo a libertação dos reféns sequestrados pelo Hamas (AFP)

Israelenses protestam pedindo a libertação dos reféns sequestrados pelo Hamas (AFP)

Agência o Globo
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Publicado em 17 de fevereiro de 2025 às 18h50.

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Israelenses protestaram nesta segunda-feira, 17, para marcar os 500 dias desde o ataque do Hamas em 7 de outubro de 2023 e exigir a libertação dos reféns que ainda estão em Gaza. Manifestações foram registradas de norte a sul do país, em cidades como Tel Aviv, Jerusalém e Haifa, ocasionalmente interrompendo o tráfego.

O dia 500 não é diferente do resto dos dias que passamos e passaremos, e esperamos que esse pesadelo acabe logo”, disse Maccabit Mayer, tia dos gêmeos Gali e Ziv Berman, sequestrados pelo Hamas, ao jornal israelense Haaretz.

Familiares das vítimas marcharam da residência do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu até a sede do Parlamento em Jerusalém, pedindo apoio da população para um jejum de 500 minutos. A mobilização começou às 11h40 (horário local) e terminará às 20h (15h em Brasília).

Em Haifa, no norte, os atos foram organizados por movimentos de mulheres e estudantes secundaristas. Já em Tel Aviv, um grande comício está programado para ocorrer à noite na Praça dos Reféns.

“O tempo está se esgotando e os reféns estão em perigo claro e presente a todo momento”, afirmou Esther Buchshtab, cujo filho, Yagev Buchshtab, foi morto no cativeiro do Hamas. “Nós, da família, continuaremos a lutar até o último refém. Não conseguimos lidar com nossa dor porque estamos lutando para trazer todos de volta.”

Futuro do cessar-fogo segue incerto

O acordo de cessar-fogo assinado em janeiro esteve sob ameaça na última semana, com novas tensões e acusações de descumprimento. Além disso, um plano de deslocamento forçado proposto pelos EUA gerou críticas, aumentando o ceticismo sobre a possibilidade de uma trégua mais duradoura.

Shay Dickmann, cujo primo Carmel Gat foi morto em cativeiro, alertou sobre os riscos de um colapso no acordo. “Se a guerra recomeçar antes que o último refém retorne, será uma sentença de morte para os reféns restantes”, afirmou ao Haaretz.

Udi Goren, primo de Tal Haimi – morto em 7 de outubro e cujo corpo ainda está sob posse do Hamas –, fez um apelo à comunidade internacional:

“Estamos vendo o sofrimento dos palestinos em Gaza. A única maneira de acabar com o sofrimento, não apenas das famílias dos reféns, mas também dos residentes de Gaza, é devolver todos os reféns. Essa é a chave para a reconstrução e a cura.”

Troca de reféns e reconstrução de Gaza

O acordo de cessar-fogo, mediado por Catar, Egito e EUA, prevê três fases:

  • Uma trégua inicial de 42 dias, com a libertação de pelo menos 33 reféns pelo Hamas em troca de 1.900 presos palestinos.
  • A segunda etapa, ainda incerta, prevê a devolução de todos os reféns e o fim definitivo da guerra.
  • A terceira fase será voltada para a reconstrução de Gaza, estimada pela ONU em mais de US$ 53 bilhões.

Para o rabino Avidan Freedman, ativista pelo retorno dos reféns, a maioria dos israelenses apoia a continuidade do cessar-fogo e das negociações. “Para entender o grau de desconexão entre os servidores públicos e a população, basta ver que há pessoas em greve de fome há centenas de dias, e apenas alguns membros da oposição vieram falar conosco”, afirmou ao Haaretz.

Não deveria ser possível para o governo ignorar um consenso tão amplo, mas é nossa responsabilidade tornar isso impossível.”

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