Shimon Peres considerou que o discurso de Ahmadinejad foi ''vergonhoso e uma amostra de sua profunda ignorância da história'' (AFP)
Da Redação
Publicado em 27 de setembro de 2012 às 20h25.
Jerusalém - A maioria dos israelenses considera ''alta'' ou ''média'' a possibilidade de uma guerra entre seu país e o Irã no próximo ano e a metade deles temem pela continuidade da existência de Israel se esse conflito chegar a acontecer, segundo uma pesquisa publicada nesta quinta-feira pelo jornal ''Haaretz''.
Apenas um quarto dos entrevistados assegura não temer pelo futuro do Estado de Israel no caso de uma guerra com o Irã, o que o jornal destaca como um dado ilustrativo da queda da tradicional autoconfiança israelense.
A pesquisa, realizada no início desta semana pela Universidade de Tel Aviv, foi publicada no dia em que se aguardam duras palavras em relação ao Irã por parte do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, em seu discurso de hoje na Assembleia Geral da ONU.
Netanyahu qualificou na noite desta quarta-feira o discurso horas antes na Assembleia do presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, de ''dia negro'' para ''aqueles que decidiram permanecer na sala e escutar suas palavras de ódio''.
Também o presidente israelense, Shimon Peres, considerou que o discurso de Ahmadinejad foi ''vergonhoso e uma amostra de sua profunda ignorância da história'' e anunciou que enviará uma carta ao secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, ''com uma lição de história para o presidente iraniano''.
Por sua vez, o ministro das Relações Exteriores, Avigdor Lieberman, disse que Netanyahu deve apresentar na ONU a posição israelense frente ao Irã ''da forma mais clara''.
''Nossa posição não coincide sempre com a norte-americana, mas não é a primeira vez que há desacordos'', assinalou Lieberman.
O presidente iraniano atacou na ONU Israel, país ao qual se referiu como ''os sionistas incivilizados'', por ameaçar o Irã com uma ação militar que demonstra ''a corrida armamentista e de intimidação'' que ''as potências hegemônicas'' realizam.
''A contínua ameaça dos sionistas incivilizados de recorrer a uma ação militar contra nossa grande nação é um claro exemplo da amarga realidade atual'', disse o líder iraniano no segundo dia de debates da 67ª sessão da Assembleia Geral da ONU.
Netanyahu centrará hoje seu discurso perante o plenário das Nações Unidas no que considera a ameaça ''existencial'' para Israel de que o Irã adquira armamento nuclear e na necessidade de fixar ''linhas vermelhas'' que esse país não possa traspassar.