Netanyahu: "Cidadãos de Israel, estou emocionado em anunciar que hoje à noite chegaremos a outro acordo de paz com outro país árabe, o Bahrein. Este acordo se soma à paz histórica com os Emirados Árabes Unidos" (Ronen Zvulun/Reuters)
AFP
Publicado em 11 de setembro de 2020 às 18h05.
Última atualização em 11 de setembro de 2020 às 18h40.
Um mês após o acordo histórico para normalizar as relações entre Israel e os Emirados Árabes Unidos, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, anunciou nesta sexta-feira, 11, outro acordo semelhante com o Bahrein, que foi descrito pelos palestinos como uma "facada nas costas".
"Cidadãos de Israel, estou emocionado em anunciar que hoje à noite chegaremos a outro acordo de paz com outro país árabe, o Bahrein. Este acordo se soma à paz histórica com os Emirados Árabes Unidos", disse Netanyahu em um comunicado em hebraico.
O acordo vai aumentar a "segurança, estabilidade e prosperidade" da região, declarou um dos assessores do xeque e ex-chanceler do Bahrein, Khalid al Khalifa.
"Envie uma mensagem positiva e encorajadora ao povo de Israel de que apenas uma paz justa e abrangente com o povo palestino é o melhor caminho", acrescentou ele no Twitter.
A Autoridade Palestina e o movimento islâmico Hamas, que controla a Faixa de Gaza, denunciaram imediatamente a decisão como uma "facada nas costas" e uma "agressão" à causa palestina.
Desde o início da tarde, a mídia israelense especulava sobre o novo acordo, também anunciado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e confirmado por um alto funcionário do Bahrein.
Esse acordo torna o Bahrein o segundo Estado do Golfo e o quarto país árabe a estabelecer relações diplomáticas com Israel, depois do Egito em 1979 e da Jordânia em 1994.
Uma fonte israelense deu a entender à AFP nesta semana que o acordo com o Bahrein estava perto de ser finalizado.
Pequena monarquia rica em petróleo, o Bahrein participou de uma cerimônia em janeiro em Washington, quando Trump anunciou seu plano de paz para o Oriente Médio, abrindo caminho para a anexação por Israel de partes da Cisjordânia ocupada.
Segundo o acordo de normalização com os Emirados, Israel concordou em suspender seu projeto de anexação na Cisjordânia. Mas Netanyahu enfatizou que o plano continua na mesa.