Essa decisão fará com que, a partir de agora, representantes israelenses não compareçam ao CDH nem respondam aos pedidos dos membros do organismo (Fabrice Coffrini/AFP)
Da Redação
Publicado em 26 de março de 2012 às 12h02.
Jerusalém - O ministro das Relações Exteriores israelense, Avigdor Lieberman, ordenou nesta segunda-feira o rompimento de relações com o Conselho de Direitos Humanos (CDH) da ONU, depois de ter sido aprovada a criação de uma comissão para investigar o impacto das colônias judias em território palestino ocupado.
'O ministro Lieberman decidiu nesta segunda que não vamos continuar colaborando com o CDH, já que esse organismo não tem nenhuma credibilidade e por isso não queremos nos relacionar com ele', explicou à Agência Efe Paul Hirschson, um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores.
Segundo Hirschson, o Conselho 'perdeu toda a credibilidade na área dos direitos humanos e não vale a pena cooperar com uma organização onde há pessoas como sírios e iranianos discutindo direitos humanos em outros países. Está totalmente fora da realidade'.
Os diplomatas israelenses, no entanto, 'continuarão trabalhando próximo a ONU', indicou. Essa decisão fará com que, a partir de agora, representantes israelenses não compareçam ao CDH nem respondam aos pedidos dos membros do organismo.
Com relação à comissão que deveria chegar ao país para fazer uma investigação sobre os assentamentos, Lieberman decidiu que o Ministério não deve permitir sua entrada aos territórios palestinos, informou o serviço de notícias 'Ynet'.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, reagiu com dureza na quinta-feira ao anúncio da investigação, chamou o Conselho de Direitos Humanos de 'hipócrita' e afirmou que o organismo 'deveria se envergonhar de si mesmo'.
O Conselho de Direitos Humanos da ONU aprovou na quinta-feira em Genebra a criação da comissão de investigação com 36 votos a favor, 10 abstenções e um voto contra, o dos Estados Unidos.