Na quarta-feira (23), o primeiro-ministro Naftali Bennett advertiu que, se o país registrasse mais de 100 novos casos diários de contágio por coronavírus durante uma semana, o governo retomaria a obrigatoriedade do uso de máscaras. Desde segunda (21), as autoridades de saúde registram a cada dia mais de 100 novos casos. (YONATAN SINDEL/POOL/AFP/Getty Images)
AFP
Publicado em 25 de junho de 2021 às 11h10.
Última atualização em 25 de junho de 2021 às 11h12.
Israel restabeleceu, nesta sexta-feira (25), a obrigação de usar máscara em lugares públicos fechados e em empresas, após um aumento dos casos de covid-19 em um país que se vangloriava de ter superado a crise, graças à sua campanha de vacinação.
Desde 15 de junho, os israelenses não eram mais obrigados a usar máscara, tanto em ambientes fechados quanto abertos, com mais da metade do país já tendo recebido as duas doses da vacina.
Nos últimos dias, porém, as autoridades alertaram contra a propagação da variante Delta, detectada pela primeira vez na Índia e classificada como mais contagiosa do que as demais.
"Diante do aumento dos contágios, o Ministério da Saúde anunciou que, a partir de meio-dia de hoje (sexta-feira), a máscara será obrigatória em todos os locais fechados, exceto nas residências", afirma um comunicado.
Também recomenda aos israelenses o uso de máscara em grandes concentrações ao ar livre.
Na quarta-feira (23), o primeiro-ministro Naftali Bennett advertiu que, se o país registrasse mais de 100 novos casos diários de contágio por coronavírus durante uma semana, o governo retomaria a obrigatoriedade do uso de máscaras. Desde segunda (21), as autoridades de saúde registram a cada dia mais de 100 novos casos.
Ontem, 227 novos contágios foram identificados pelas autoridades de saúde, segundo os últimos dados disponíveis. Os números "dobram rapidamente", disse o coordenador do combate ao coronavírus, Nachman Ash, à rádio pública Kan nesta sexta-feira.
"Esperamos que as vacinas nos protejam de um aumento das hospitalizações e de casos graves", acrescentou. Atualmente, 48 pessoas estão internadas com covid-19, e 24 são consideradas como casos graves, segundo o Ministério da Saúde.
"Em ambientes fechados, uso a máscara o tempo todo", disse à AFP Esther Hamshalom, uma moradora de Jerusalém.
Israel anunciou na quarta-feira o adiamento da reabertura de seu território aos turistas, "devido a preocupações com a possível propagação da variante Delta".
No pior momento da pandemia, em janeiro, o país registrava quase 10.000 casos diários, antes da grande campanha de vacinação que permitiu reduzir o número de contágios.
Após um acordo com a gigante farmacêutica americana Pfizer, que entregou milhões de doses em troca de dados sobre os efeitos da vacinação, mais de cinco milhões dos 9,3 milhões de israelenses (55% da população) já receberam duas doses da vacina anticovid-19.
Em fevereiro, o agora ex-primeiro-ministro Benjamin Netanyahu se vangloriou de que esta campanha transformou Israel no laboratório do mundo.
"Fizemos de Israel um modelo planetário de sucesso", disse ele em plena campanha para sua reeleição.
Netanyahu também prometeu que seu país, onde desde o início da pandemia foram impostos três confinamentos rigorosos, seria o primeiro do mundo "a superar as crises sanitária e econômica e a voltar à vida".
Bennett, que sucedeu a Bibi em meados de junho à frente do governo, alerta agora contra uma possível "nova onda" e pede aos israelenses que não viajem para outros países.
O retorno da máscara obrigatória se deu horas antes da "Parada do Orgulho" organizado em Tel Aviv. São esperadas milhares de pessoas nesta marcha que os organizadores apresentam como o maior evento deste tipo desde o início da pandemia.
Poucas pessoas no desfile usavam máscara, apesar de o Ministério da Saúde ter recomendado aos participantes que cobrissem a boca e o nariz, mesmo com a concentração acontecendo ao ar livre, observou uma repórter da AFP.
Desde o início da pandemia, Israel acumula mais de 840.000 contágios e 6.428 mortes por covid-19.