Secretário de Estado dos EUA, John Kerry: Israel rejeitou sua proposta de segurança (Brendan Smialowski/Reuters)
Da Redação
Publicado em 5 de janeiro de 2014 às 09h18.
Jerusalém - Israel rejeitou a proposta do secretário de Estado dos Estados Unidos, John Kerry, sobre a segurança no Vale do Jordão após um eventual acordo de paz com os palestinos, disse neste domingo o ministro de Assuntos de Inteligência israelense, Yuval Steinitz.
'A segurança deve ficar em nossas mãos. Qualquer um que proponha uma solução no Vale do Jordão com a ajuda de uma força internacional, a polícia palestina ou meios tecnológicos não compreende realmente a situação no Oriente Médio', disse Steinitz à rádio pública israelense.
O futuro do Vale do Jordão, território na fronteira com a Jordânia ocupado por Israel desde 1967 e considerado por este último parte de sua 'fronteira estratégica', é um dos assuntos mais espinhosos que Kerry aborda em seus encontros com os líderes israelenses e palestinos.
O secretário americano acredita ser possível uma solução que, por um lado, devolva toda a soberania aos palestinos e garanta, ao mesmo tempo, a segurança de Israel, mediante uma presença militar 'invisível', possivelmente com avançados dispositivos eletrônicos de vigilância e talvez também algum tipo de presença física israelense temporária.
Os palestinos exigem a total retirada das forças israelenses e estariam dispostos a algum tipo de presença internacional como garantia, mas Israel quer permanecer na fronteira para impedir o acesso de extremistas islamitas à Cisjordânia.
Um grupo do partido governante Likud apresentou na semana passada um projeto de lei para anexar a Israel essa região junto com os assentamentos locais.
Neste fim de semana, o ex-chefe do Mossad (serviço de inteligência de Israel), Meir Dagan, minimizou a importância das reivindicações israelenses e assegurou, em uma conferência privada na cidade de Kfar Saba, que 'se trata mais de uma decisão política'.
Steinitz, que hoje apresentará ao Conselho de Ministros de Benjamin Netanyahu um relatório sobre a incitação anti-israelense na Autoridade Nacional Palestina (ANP), mostrou também sua 'grande desconfiança' quanto às intenções de paz de seu presidente, Mahmoud Abbas. EFE