Israel fechou no início do mês a passagem para as transações comerciais, que só ficou aberta para alimentos e remédios (Lior Mizrahi/Getty Images/Getty Images)
EFE
Publicado em 24 de julho de 2018 às 10h13.
Jerusalém - Israel decidiu suspender parcialmente as restrições comerciais na única passagem de mercadorias com a Faixa de Gaza, impostas para pressionar o movimento islamita Hamas pelo lançamento de pipas incendiárias, anunciou nesta terça-feira o Ministério da Defesa israelense.
A partir do meio-dia (horário local) de hoje, passou a ser permitida a entrada de combustível e gás pela passagem de Kerem Shalom, que permanecia bloqueada desde a semana passada, mas o titular de Defesa de Israel, Avigdor Lieberman, advertiu que, para voltar à atividade completa, "todos os tipos de ataques" devem acabar.
"A decisão do ministro se deve ao fato de que o Hamas não interrompeu totalmente as atividades terroristas, mas está tentando mantê-las em um nível baixo, com o lançamento de balões incendiários e atritos na cerca, por trás dos quais se encontram figuras do Hamas bem conhecidas por nós", afirmou o ministério em comunicado.
Israel fechou em 9 de julho a passagem para as transações comerciais, que só ficou aberta para alimentos e remédios, uma medida que agravou a situação na semana passada não só ao limitar a entrada de gás e combustível, mas também ao reduzir a área de pesca de seis para três milhas náuticas.
"A abertura da passagem será avaliada nos próximos dias e está condicionada à diminuição dos atos e provocações terroristas. A volta a seu funcionamento normal depende da interrupção total do lançamento de balões incendiários e dos atritos na fronteira", diz a nota.
Ontem, a aviação israelense bombardeou como advertência um grupo de palestinos que preparava pipas incendiárias para lançar contra Israel. Segundo as autoridades israelenses, nos últimos meses os lançamentos provocaram mais de 700 incêndios em terrenos próximos da cerca divisória com o território palestino.
A instabilidade aumentou na fronteira desde o início da Grande Marcha do Retorno de 30 de março, onde morreram pelo menos 141 palestinos por fogo israelense, a maioria em manifestações e em incidentes violentos.
Na sexta-feira passada aconteceu a segunda pior escalada de tensão em menos de uma semana, após a morte do soldado Aviv Lev, de 21 anos, por fogo de milícias palestinas, o que desencadeou uma operação maciça israelense contra Gaza, onde morreram três milicianos do braço armado do Hamas.
O exército israelense responsabiliza o Hamas, que controla a Faixa desde 2007, pela instabilidade vivida desde então, e acusa o grupo de "cometer atividades terroristas, acobertados como civis", como infiltrações, ataques à cerca e lançamento de pipas e balões incendiários.
Gaza, onde vivem 2 milhões de pessoas, está sob bloqueio aéreo, marítimo e terrestre israelense desde 2007, que foi agravado nos últimos anos pelas escassas aberturas da passagem fronteiriça com o Egito.