Aviva Raz Shechter: "Com esta resolução a comissão alcançou novos patamares de hipocrisia e os padrões mais baixos de credibilidade" (Fabrice Coffrine/AFP/Getty Images)
Reuters
Publicado em 18 de maio de 2018 às 17h48.
Genebra - Israel protestou contra o Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) nesta sexta-feira, quando a entidade aprovou em uma votação a criação de um inquérito sobre as mortes recentes em Gaza e acusou os israelenses de uso excessivo da força.
A resolução de enviar uma comissão de inquérito para investigar foi rejeitada pelos Estados Unidos e a Austrália, mas apoiada por 29 membros do fórum de 47 países. Outras 14 nações, incluindo Reino Unido, Alemanha e Japão, se abstiveram.
A embaixadora de Israel em Genebra, Aviva Raz Shechter, repreendeu o conselho por "espalhar mentiras sobre Israel" durante "cinco horas de declarações ridículas".
"Posto simplesmente, com esta resolução a comissão alcançou novos patamares de hipocrisia e os padrões mais baixos de credibilidade", afirmou ela.
O Ministério das Relações Exteriores israelense rejeitou a resolução, acrescentando que todo o propósito do conselho foi "não investigar a verdade, mas comprometer o direito de legítima defesa de Israel e escolher o Estado judeu a dedo para uma demonização".
O chanceler palestino, Riyad al-Maliki, saudou a decisão.
"A formação de um comitê internacional de investigação do Conselho de Direitos Humanos é um passo adiante para fazer justiça ao povo palestino", disse em um comunicado. Ele pediu sua implantação ágil "para deter os crimes de guerra de Israel".
A sessão especial do Conselho de Direitos Humanos foi convocada depois da segunda-feira, o dia mais sangrento para os palestinos em anos, quando 60 foram mortos por disparos de israelenses durante manifestações que Israel disse terem incluído tentativas de romper a cerca de sua fronteira.