Confronto entre muçulmanos e policiais na Esplanada das Mesquitas: "A ordem do primeiro-ministro à polícia de proibir os ministros e deputados de subirem ao Monte do Templo é aplicável por igual a judeus e árabes" (Reuters / Ammar Awad)
Da Redação
Publicado em 8 de outubro de 2015 às 08h35.
Jerusalém - O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, estendeu nesta quinta-feira a proibição de entrada no Monte do Templo (a Esplanada das Mesquitas de Jerusalém), a todos os deputados do país, depois que ontem passou a impedir a vista de parlamentares judeus, em resposta às pressões de vários ministros de seu partido.
"A ordem do primeiro-ministro à polícia de proibir os ministros e deputados de subirem ao Monte do Templo é aplicável por igual a judeus e árabes", disse hoje um porta-voz do primeiro-ministro citado por vários meios da imprensa local.
Trata-se de uma decisão para "esfriar os ânimos em torno" dessa região, segundo a imprensa, já que muçulmanos e judeus consideram o local sagrado, que foi o epicentro da onda de violência que vem assolando a região neste último mês.
A decisão de proibir o acesso aos deputados árabes acontece depois do anúncio feito ontem por Netanyahu a respeito dos políticos judeus, e devido às fortes pressões de deputados e ministros nacionalistas que se queixaram que a medida deveria ser igual para todos, judeus e árabes.
"Não se pode tolerar que os únicos que possam subir (ao Monte do Templo) sejam os deputados árabes, que são os maiores incitadores da violência contra o Estado de Israel", se queixou o ministro para Assuntos de Jerusalém, Ze'ev Elkin.
As visitas cada vez mais frequentes de dirigentes judeus e de nacionalistas religiosos - que querem rezar onde há 2 mil anos ficava o templo de Jerusalém - são o principal motivo da atual escalada.
Os palestinos as consideram uma provocação que atenta contra suas aspirações nacionais à Jerusalém Oriental, ocupada por Israel em 1967, e que, além disso, ameaça a Mesquita de al Aqsa, o terceiro lugar mais importante do Islã.