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Israel ordena novas evacuações em todos os bairros da Cidade de Gaza

Avichay Adraee, porta-voz em árabe do Exército israelense, disse para habitante irem para as cidades de Deir al Balah e Zawayda

Crianças palestinas comem pão achatado em cima de um veículo carregado de pertences enquanto se preparam para fugir de Rafah, no sul da Faixa de Gaza, em direção a uma área mais segura, em 12 de maio de 2024, em meio ao conflito em curso entre Israel e o grupo militante Hamas (Divulgação/AFP)

Crianças palestinas comem pão achatado em cima de um veículo carregado de pertences enquanto se preparam para fugir de Rafah, no sul da Faixa de Gaza, em direção a uma área mais segura, em 12 de maio de 2024, em meio ao conflito em curso entre Israel e o grupo militante Hamas (Divulgação/AFP)

EFE
EFE

Agência de Notícias

Publicado em 10 de julho de 2024 às 10h44.

Última atualização em 10 de julho de 2024 às 10h56.

O Exército de Israel ordenou mais uma vez que os moradores da Cidade de Gaza evacuassem para o centro da Faixa, onde ontem morreram 30 pessoas devido aos bombardeios israelenses, enquanto os combates em todo o enclave deixaram mais de 50 mortos nas últimas 24 horas.

“A Cidade de Gaza continuará a ser uma zona de combate perigosa!”, alertou na rede social X o porta-voz em árabe do Exército israelense, Avichay Adraee, que fez um apelo aos habitantes da capital de Gaza para que se desloquem “rapidamente” para a cidade de Deir al Balah, no centro da Faixa, e para a vizinha Zawayda.

Israel cerca a Cidade de Gaza desde o início da semana e na segunda-feira já tinha ordenado aos habitantes de vários bairros que se deslocassem para Deir al Balah, onde nessa mesma noite lançou bombardeios que deixaram pelo menos dois mortos: uma mãe e a sua filha.

Presidente israelense defende acordo com Hamas que liberte reféns em Gaza

A ordem de evacuação desta quarta-feira vale para todos os bairros da capital de Gaza, onde estão centenas de milhares de palestinos.

O serviço de emergência do Crescente Vermelho Palestino relatou nesta quarta-feira que “as equipes da sala de operações recebem dezenas de chamadas de ajuda humanitária da Cidade de Gaza sem que as equipes de ambulância consigam atendê-las devido ao perigo das áreas-alvo e à intensidade dos bombardeios ali”.

Desde que o Exército reforçou as suas operações na capital de Gaza e os hospitais da área foram evacuados, todo o norte da Faixa está praticamente sem possibilidade de prestar cuidados médicos.

Enquanto isso, a ofensiva de Israel continua em toda a Faixa, inclusive nos campos de refugiados no centro, onde 30 mortes foram registradas ontem, e no sul, onde pelo menos 27 pessoas morreram em uma escola em Khan Younis após um bombardeio israelense lançado ontem à noite.

Apenas nas últimas 24 horas, foram registradas 52 mortes e 208 feridos em consequência destes ataques, informou o Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo grupo islâmico Hamas.

Dessa forma, desde o início da guerra, há nove meses, o saldo total da tragédia está agora em 38.295 mortos, 88.241 feridos e milhares de desaparecidos sob os escombros na devastada Faixa de Gaza.

“A ocupação (israelense) avança para deslocar a população do norte de Gaza para o sul, ignorando a exigência do regresso dos deslocados” aos seus locais de residência para conseguir um acordo de trégua, afirmou nesta quarta-feira Hosam Badran, membro do gabinete político do Hamas.

Israel não leva a sério a questão de chegar a um acordo de cessar-fogo em Gaza”, lamentou.

Os Estados Unidos, o Catar e o Egito estão mediando entre Israel e o Hamas para alcançar um cessar-fogo após nove meses de guerra que permitirá o resgate dos 116 reféns israelenses que ainda estão na Faixa, bem como a entrada de ajuda humanitária no enclave palestino devastado.

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